São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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Fiat quer produzir 3 milhões de carros

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palio faz parte da estratégia de globalização da Fiat. A montadora quer produzir 3 milhões de carros por ano em todo o mundo até o ano de 2004.
Isso representa um aumento de 30% em comparação com o resultado atingido no ano passado.
Para atingir esse objetivo, a empresa decidiu entrar na era do carro mundial e concentrar seus esforços nos mercados em crescimento, como os países da América Latina e Extremo Oriente.
O primeiro país a produzir o Palio é o Brasil. No início do ano que vem, o modelo será montado também na nova fábrica da Fiat, na Argentina.
Modelo mundial
O carro deverá ser produzido nos próximos anos em outros nove países -entre eles a África do Sul, a Polônia, a Turquia e a China.
Até 1999, cerca de 1 milhão de carros Palio deverão estar sendo produzidos anualmente em todo o mundo.
Brasil e Argentina serão responsáveis por metade desse montante, segundo a montadora.
A produção de carros mundiais é uma tendência em todas as montadoras.
O mesmo modelo é fabricado simultaneamente em vários países. Como utilizam as mesmas ferramentas e componentes, o custo de produção cai.
Em série A
produção em série do Palio na fábrica de Betim começou no mês passado. O ritmo ainda é lento: 200 unidades por dia.
Existem hoje cerca de 4.000 unidades nas concessionárias e no pátio da fábrica mineira, prontos para serem entregues aos primeiros clientes.
A produção do novo carro deve aumentar durante o ano. O objetivo é chegar a mil carros por dia até o final do ano.
A montadora italiana investiu US$ 1 bilhão para ampliar e modernizar as suas linhas de montagem em Betim para produzir o Palio.
São quatro linhas de montagem da fábrica e o Palio será produzido em duas delas.
Mas a programação é flexível. "Podemos mudar o mix de produção com muita facilidade e rapidez", diz Jonas Carvalho, diretor de compras da montadora.
O carro mundial começa a ser vendido nas versões 1.5 e 1.6, com duas e quatro portas.
O preço ainda não foi divulgado, mas deve ficar na faixa do Gol 1.6 e 1.8, da Volkswagen, considerado seu principal concorrente no Brasil.
Não há previsão para o lançamento do Palio "popular", com o motor 1.0.
A montadora nega, no entanto, que tenha planos de encerrar a produção do Uno Mille.
Exportações
Com o Palio, a Fiat pretende consolidar sua posição de segunda marca no mercado interno brasileiro e aumentar as exportações a partir do ano que vem em cerca de 40%.
O objetivo da montadora é exportar US$ 3 bilhões até 1.999, uma média anual de US$ 750 milhões.
A produção do Palio no Brasil é fundamental para atingir esse desempenho, segundo a montadora.
Além de carros prontos, a Fiat vai exportar os veículos desmontados para serem montados em outros países, além de peças e componentes.
Atualmente as exportações da Fiat estão concentradas na linha Fiorino (veículos comerciais leves), que é produzida somente em Betim e vendida para cerca de 40 países.

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