São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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Não tenha medo de conversar a sério

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Tenho 21 e namoro um americano de 34. Vamos nos casar no final do ano. Ele faz questão de ter filhos e eu tenho algumas dúvidas. Meu namorado usou drogas dos 13 aos 30 e eu não sei quais foram. Garante que está livre delas. Que exames ele pode fazer para não arriscar a saúde do bebê. Como tocar no assunto sem magoá-lo?"

Resposta
Em primeiro lugar, o diálogo entre vocês tem de melhorar um bocado antes do casamento, não?
Que história é essa de que ele faz questão de ter filhos. Onde andam as suas vontades? E por que você não procura perguntar exatamente que tipo de drogas ele usou?
A melhor maneira de falar sobre isso é ir direto ao ponto. Ele usou drogas, pode haver riscos para a saúde do bebê e vocês dois devem fazer uma série de exames. E se ele ficar magoado? Bem, esse é um problema que ele vai ter de aprender a resolver, não?
Na verdade, o risco de transmissão de doenças entre os usuários de drogas acontece quando elas são injetadas nas veias por meio de seringas compartilhadas.
Cocaína e heroína são as drogas mais comumente injetadas. Drogas aspiradas (maconha, crack), ingeridas (anfetaminas, êxtase) ou cheiradas (cocaína, cola) não transmitem doenças.
Que tal perguntar para seu namorado se ele já injetou droga?
As doenças mais graves que podem ser transmitidas por seringas compartilhadas são a Aids, as hepatites B e C e a sífilis. Existem exames que podem detectar todas elas no sangue.
Todas essas doenças também podem ser transmitidas por contato sexual e a mãe pode passá-las para o filho durante a gestação e o trabalho de parto.
Antes que a gente esqueça desse assunto, será que você lembrou de discutir com o seu namorado sobre a importância do uso da camisinha, enquanto vocês não têm o resultado dos exames de sangue?

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