São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996![]() |
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Casé diz que agora faz o que mais gosta
FREE-LANCE PARA A FOLHA Regina Casé está feliz com o novo formato do "Brasil Legal". A atriz, que em 1988 conheceu o sucesso na televisão com "TV Pirata", lembra sua passagem pelo "Programa Legal" (1991) e diz que, agora, faz um programa de acordo com aquilo de que gosta. "O 'Brasil Legal' é um programa mais delicado com as pessoas."* Folha - Como você vê a evolução de sua carreira a partir de "TV Pirata"? Regina Casé - Sempre trabalhei em equipe, dentro de uma estrutura que era vista de modo muito operístico. A crítica especializada dizia que eu era a melhor coisa do "TV Pirata", que deveria ter um programa só meu. Quando saí do programa, lembro que tive uma reunião com o Daniel Filho (então diretor da Central Globo de Operações), mas, naquele instante, não tinha a menor idéia do que queria fazer. Só sabia que não queria nada parecido com o "TV Pirata". Minha idéia de um "Programa Legal" era mais próxima do documental. Folha - Por que romper com o lado ficcional? Regina - Quando apresentamos o piloto do "Programa Legal", a Globo entendia aquilo como o programa substituto do "TV Pirata", algo na linha do "Casseta & Planeta". Eles engoliam todas as cenas na certeza de que, depois delas, viriam as piadas. Folha - A Globo exercia alguma pressão para que o humor fosse mantido? Regina - Cheguei ao ponto de negociar o percentual de piadas por programa. Num determinado momento do "Programa Legal", descobri que estava muito infeliz. Enquanto me trancava no banheiro para colocar barriga e bigodes postiços, o couro comia lá fora. Quando saía na rua, me sentia meio Xuxa, dando autógrafo para todo mundo. Folha - Isso não acontece no "Brasil Legal"? Regina - O tipo de aproximação é diferente. É como no teatro, onde as pessoas se aproximam porque estão interessadas em dizer do que mais gostaram e não somente porque sou uma atriz. O "Brasil Legal" é um programa mais delicado com as pessoas. Está mais de acordo comigo e com as coisas de que gosto. Texto Anterior: Atriz ganha estátuas Próximo Texto: Filósofo defende a legislação globalizada Índice |
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