São Paulo, terça-feira, 16 de abril de 1996![]() |
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Gil de Ferran afasta 'filosofia' e faz teste Piloto trabalha um dia após derrota na Indy MAURO TAGLIAFERRI
Ontem mesmo, o brasileiro já estava na região de Phoenix (EUA), testando o seu carro reserva no circuito de Firebird. "Não há o que filosofar. É acelerar e pau", disse o piloto, por telefone, à Folha. Encerrado o teste de ontem, Ferran seguiria para casa, em Indianápolis, onde tenta se recuperar de uma gripe contraída há mais de uma semana. (MT) * Folha - Como você avalia os problemas que teve nas primeiras corridas do ano (pane seca no Brasil e na Austrália e quebra do motor em Long Beach)? Gil de Ferran - Quanto à última prova, a impressão que tenho é de que aconteceu uma fatalidade incrível. Mas estamos mandando o motor para a Honda analisar, e nós mesmos faremos uma investigação interna para saber o que houve. Em relação aos erros de antes, sempre buscamos melhorar o modo como a equipe trabalha. Não dá para mandar todo mundo embora e começar de novo. Temos bons elementos no time e basta acertar os pontos para que não aconteça novamente. Folha - Houve erro humano? Ferran - Em todo defeito, há um erro cometido antes, seja de projeto ou de montagem. Sempre há alguém ou um grupo que pode ter errado. Folha - Que providências Jim Hall (dono da equipe) vai tomar? Ferran - Ele está muito chateado, não com uma pessoa em particular, e sim com o ocorrido. Mas ele está olhando para a equipe com calma. Numa situação dessas, é fácil entrar em pânico e fazer uma besteira. Folha - Após ficar sem duas vitórias certas (Brasil e Long Beach), como está a motivação? Ferran - O dia em que eu não estiver motivado, paro de correr. Se deu problema, é fazer com que não aconteça mais, virar a página e subir na barata de novo. A virada só virá se mantivermos o nível de performance que temos hoje. O negócio é trabalhar, sem "filosofadas". Folha - Em termos de equipamento, os pneus melhoraram? Ferran - A Goodyear veio com um pneu muito melhor em Long Beach, mas isso precisa ser um trabalho contínuo de evolução. Agora, as pessoas têm mania de apontar fatores isolados para o sucesso ou o fracasso. Um belo pneu num Reynard mal acertado e com um motor de merda não faria nada. Cada parte do conjunto tem que dar o máximo. O carro tem de ser bem projetado, desenvolvido, pilotado, motorizado e "pneuzado". Texto Anterior: Masculino se apresenta e leva 'sermão' Próximo Texto: Os ídolos - FOLHA DE S.PAULO Índice |
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