São Paulo, terça-feira, 16 de abril de 1996
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Ação é 'recado' à Síria, diz IIEE

IGOR GIELOW
DE LONDRES

O recrudescimento dos ataques de Israel no Líbano é um "recado direto" para a Síria. A avaliação é do diretor-assistente do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, Terence Taylor. O instituto é referência sobre política global. Leia trechos de sua entrevista:
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Folha - Qual sua avaliação da ação israelense no Líbano?
Terence Taylor - A morte de inocentes é inaceitável. Em termos estratégicos, era a única opção que Shimon Peres tinha para dar sobrevivência ao processo de paz.
Folha - Envolvendo os interesses dos sírios no Líbano?
Taylor - Exato. O ataque é uma mensagem à Síria. O processo de paz só será levado até o fim se envolver os sírios. Sem Damasco, o Hizbollah perde sua força.
Folha - Mas Israel não se faz mais vulnerável a ataques terroristas?
Taylor - Eles são inevitáveis.
Folha - Mesmo com um acordo?
Taylor - Sem as bases no Líbano e com a eventual retirada do apoio sírio, os fundamentalistas perdem capacidade organizacional. Gente disposta a se explodir, porém, vai continuar existindo.
Folha - E se a Síria reagir?
Taylor - Eu ficaria surpreso.
Folha - A desocupação do sul libanês pode preceder invasão?
Taylor - Eles estão muito relutantes em fazer isso e, hoje, há condições de manter o controle da área com artilharia e força aérea.
Folha - E o governo libanês?
Taylor - É a parte mais fraca da negociação. Depende dos sírios, e Israel quer maior controle antiterror dentro do Líbano.

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