São Paulo, quarta-feira, 17 de abril de 1996
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Atlanta quer reforço para a segurança

Governo ajuda vigilância

DA REPORTAGEM LOCAL

A 93 dias do início da Olimpíada de Atlanta, o comitê organizador dos Jogos (Acog) busca todos os recursos possíveis para aumentar a segurança, ainda considerada insuficiente.
O reforço vai do uso de estudantes universitários a uma ajuda extra do governo federal norte-americano.
Calcula-se que ainda é preciso recrutar cerca de 5.000 pessoas para ajudar na segurança.
Uma das empresas de segurança privada que estão trabalhando com o Acog está contratando estudantes universitários.
Enquanto isso, por conta própria, comerciantes estão contratando agentes de segurança, temendo ficar "abandonados" durante a Olimpíada.
O governo norte-americano, por sua vez, anunciou na sexta-feira passada que reforçará o apoio ao esquema de segurança.
O vice-presidente dos EUA, Al Gore, qualificou a ajuda de "sem precedentes".
O anúncio foi feito em um encontro com Bill Campbell e com Bill Payne, presidente do Acog.
"Estes não são os Jogos de Atlanta ou do Acog. São os Jogos de toda a América", disse Gore.
Gore disse na sexta-feira passada, na Casa Branca, que Atlanta ainda carece de pessoal para garantir a segurança dos Jogos.
Bill Payne disse que Atlanta será "o lugar mais seguro do mundo" durante a Olimpíada.
Uma "força-tarefa" do governo vem trabalhando com os organizadores dos Jogos há mais de dois anos, mas a Casa Branca considerou esse apoio insuficiente diante do risco de um atentado.
Calcula-se que 150 mil pessoas terão credencial para os Jogos. Espera-se, ainda, a visita de 30 chefes de Estado ou de governo.
Sarajevo
As críticas à capacidade de Atlanta de garantir a segurança durante os Jogos aumentaram nas últimas semanas.
O procurador-geral do Estado da Geórgia (onde fica Atlanta), Mike Bowers, disse que Sarajevo é "mais segura" que Atlanta.
Sarajevo, capital da Bósnia, foi arrasada por três anos de guerra que arrasaram a ex-Iugoslávia. Mais de 10 mil pessoas teriam morrido em Sarajevo durante o conflito.
"Seus comentários são levianos, irresponsáveis e imprecisos", contra-atacou o prefeito de Atlanta, Bill Campbell.
Segundo Campbell, o número de homicídios em Atlanta é o mais baixo dos últimos dez anos. Mas a cidade continua a figurar entre as líderes do ranking das mais violentas dos EUA.
Uma pesquisa realizada em janeiro, usando dados do FBI (a polícia federal norte-americana) de 1994, mostrou Atlanta como a cidade mais perigosa dos EUA em assassinatos, estupros e roubos.

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