São Paulo, quarta-feira, 17 de abril de 1996
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Americanos propõem trégua no Líbano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os EUA apresentaram uma proposta para o fim dos conflitos entre Israel e guerrilheiros do Hizbollah (Partido de Deus) no Líbano.
Segundo a edição de hoje do jornal "The New York Times", o plano prevê que Síria e Líbano desarmem o Hizbollah em troca de uma retirada israelense do sul do Líbano (leia texto abaixo).
O premiê libanês, Rafik al Hariri, disse que considera a proposta dos EUA "séria", mas difícil de aceitar. Ele não revelou o conteúdo.
Contatos entre autoridades de Líbano, Israel, Síria e EUA continuaram ontem, com mediação também de França e Jordânia.
Não havia indicação de quando o cessar-fogo poderia ser atingido, mas autoridades israelenses disseram que a operação militar continuaria, apesar da diplomacia.
Ataques
A aviação israelense atacou ontem subúrbios de Beirute e a casa de um chefe do Hizbollah em um campo de refugiados no sul do Líbano. Seis pessoas morreram, entre as quais uma criança.
A casa do dirigente palestino Munir Maqdah, no campo de refugiados de Ain el Hilueh, perto de Sidon, foi atingida ao amanhecer por aviões israelenses. O filho de Maqdah, de 3 anos, e outras duas pessoas ficaram feridos.
Maqdah, contrário ao processo de paz entre Israel e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) nada sofreu. O campo de Ain el Hilueh abriga 80 mil pessoas.
Helicópteros de Israel também voltaram a disparar mísseis contra subúrbios xiitas do sul da capital libanesa, perto do aeroporto.
Segundo a Cruz Vermelha libanesa, uma menina de 2 anos morreu, e duas mulheres ficaram feridas pelos disparos contra o subúrbio de Hai el Silom.
Por causa dos ataques, o avião do premiê Al Hariri não pôde pousar em Beirute. O vôo, que vinha da Arábia Saudita, teve de ser desviado para Damasco, na Síria.
Israel atacou também uma casa de Jmaijmé, leste de Tiro. No local estavam cerca de 40 civis libaneses. Três pessoas morreram, segundo a ONU. Dois militares libaneses também morreram na região.
Os guerrilheiros do Hizbollah responderam à ação israelense com novos ataques de mísseis Katiucha ao norte de Israel.
Os ataques israelenses foram interrompidos por dois minutos na manhã de ontem, para lembrar as vítimas do Holocausto nazista.
Mais de 30 pessoas já morreram desde o início do conflito entre o Hizbollah e Israel, que entrou ontem no sexto dia. A maior parte das vítimas é de civis libaneses.

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