São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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Capital de risco prefere a Argentina

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma pesquisa com 25 investidores que representam US$ 30,4 bilhões de investimento de risco em países do Terceiro Mundo revela que a Argentina está à frente do Brasil nas preferências.
Realizada pela corretora norte-americana Merrill Lynch, a pesquisa foi feita nos dias 23 a 26 de março, em Buenos Aires, durante reunião anual do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
"Mercados emergentes" é a expressão usada no mundo dos negócios para definir países pobres que estão reestruturando suas economias, como o Brasil.
A pesquisa restringiu-se a países da América Latina. Outros mercados emergentes ainda mais importantes estão localizados na Ásia, como Coréia e Taiwan.
Na América Latina, destacam-se, além de Brasil e Argentina, Chile e México.
No ano passado, segundo a corretora Merrill Lynch, o Brasil era apontado como o país com melhores perspectivas para investimentos de risco.
Por que mudou
Uma das razões apontadas para a Argentina ter ultrapassado o Brasil na preferência dos investidores seria a necessidade de diversificar as aplicações.
Isso já se reflete no volume investido. Segundo a pesquisa, 50% dos recursos de risco estão hoje em papéis argentinos.
Apenas 28% estão aplicados em títulos brasileiros, e 17%, em mexicanos.
"A maioria dos investidores não está planejando mudar as suas aplicações agora, mas pode alocar mais recursos para o que está no topo da lista", diz uma análise da Merrill Lynch.
Tipo de investimento
Esta pesquisa da Merrill Lynch se refere apenas a capital de risco. Esse é o investimento em papéis da dívida externa e ações.
A Merrill Lynch não pesquisou investimento produtivo, que é aquele dinheiro que entra no país para construir uma fábrica ou um supermercado, por exemplo.
Essa pesquisa serve para indicar o humor dos investidores em relação às políticas de curto prazo de cada país -e não necessariamente às perspectivas para um futuro mais distante.
Interessa aos investidores segurança e estabilidade num período de 12 meses.
"A maioria dos investidores disse ter interesse em papéis com vencimento em um ano ou menos", diz a pesquisa.

LEIA MAIS sobre investimentos na América Latina na pág. 2-3.

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