São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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Balança volta a ter déficit, de US$ 109 mi

HELCIO ZOLINI
DA SUCURSAL BRASÍLIA

A balança comercial brasileira apresentou no mês de março -computando-se apenas as exportações e importações registradas até o dia 27- um déficit de US$ 109 milhões. Este é o segundo resultado negativo (vendas abaixo das compras) consecutivo do ano.
Um problema técnico ocorrido no Siscomex (Sistema de Comércio Exterior, operado pelo Serpro) impediu que fossem computadas no resultado as exportações dos dois últimos dias úteis de março (28 e 29).
As informações sobre a balança comercial foram apresentadas ontem pelos secretários José Roberto Mendonça de Barros (de Política Econômica, da Fazenda) e Maurício Cortes (Comércio Exterior, do MICT).
Os dois dias suprimidos do mês de março foram transferidos para este mês. Com isso, o governo decidiu transferir também para abril as importações desses dois últimos dias.
O governo estima que as exportações destes dias de março renderam US$ 353 milhões (média diária de US$ 176,3 milhões).
Não foi divulgado, porém, quanto o país importou no período em que os dados não foram computados.
Trimestre
No acumulado do primeiro trimestre (excetuando os dias 28 e 29), o déficit da balança comercial atinge US$ 436 milhões (com as exportações somando US$ 10,302 bilhões, e as importações, US$ 10,738 bilhões).
"Foi um bom resultado, apesar dos percalços estatísticos", disse Mendonça de Barros.
Ele atribuiu o déficit de março (que ocorreria mesmo somando os dois dias suprimidos) ao aumento das importações de matérias-primas para repor estoques e à abertura comercial.
O secretário afirmou que somente a partir de abril, com o quadrimestre efetivado (comparando os períodos janeiro/abril de 96 com janeiro/abril de 95), será possível fazer uma análise melhor do desempenho do país na área de comércio exterior.
Vendas externas
Até 27 de março, as exportações somaram US$ 3,350 bilhões. No mesmo período, as importações chegaram a US$ 3,459 bilhões.
Abril, segundo ele, caminha "bem". Na primeira semana a média diária de exportações atingiu US$ 268,8 milhões, representando um acréscimo de 42,5% em relação a abril de 95 e de 49,8% sobre a média registrada em março, de acordo com os dados do governo.
Parte desse desempenho, considerado acima da média histórica, é explicado pelos embarques dos dias 28 e 29 de março que foram transferidos para a contabilidade de abril da balança comercial.
"Lista Dallari"
O governo deve fechar hoje a nova lista de produtos que substituirá a chamada "lista Dallari" (referência a José Milton Dallari, ex-secretário de Acompanhamento Econômico e Preços do Ministério da Fazenda, que participou das negociações sobre o Mercosul).
A nova relação será submetida aos parceiros do Brasil no Mercosul (Mercado Comum do Sul), em reunião marcada para amanhã, em Montevidéu (Uruguai).
A idéia do governo é reduzir a "lista Dallari" dos atuais 68 itens para cerca de 20, com as tarifas podendo ser alteradas apenas para baixo.
"Precisamos manter uma certa flexibilidade para o abastecimento dos produtos agrícolas", disse Barros. Ele afirmou ainda que não há uma definição sobre os outros produtos que integram a "lista Dallari".

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