São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Santos e Portuguesa fazem jogo de risco

ARNALDO RIBEIRO; MARCUS FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL E DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Santos e Portuguesa fazem "um clássico de risco" hoje, às 20h30, no Pacaembu.
Os dois times necessitam da vitória para não se distanciarem dos líderes do segundo turno do Paulista e prometem esquemas ofensivos na partida, que devem tornar as defesas vulneráveis.
O Santos tem seis pontos ganhos no returno e a Portuguesa, quatro.
O time do Canindé, por exemplo, atuará hoje com apenas um meia defensivo (Roque) e não fará marcação especial sobre Giovanni, destaque do Santos, como fez o São Paulo no domingo passado.
"Não vou mudar as características do meu time em um clássico, nem que eu corra um risco maior. Tenho um time que joga naturalmente para frente", disse o técnico da Portuguesa, Valdir Espinosa.
Segundo ele, a Portuguesa vai explorar, principalmente, as jogadas pelas laterais, com Zé Maria e Tico, pela direita, e Cássio e Zé Roberto, pela esquerda.
"O time já costuma jogar pelas laterais. Além disso, o gramado do Pacaembu está muito ruim pelo meio", afirmou Espinosa.
Ontem, a Portuguesa recebeu a visita do primeiro-ministro de Portugal, Antônio Guterres.
Ameaça
Uma derrota para a Portuguesa pode detonar um processo de "fritura" contra o treinador Orlando Pereira, do Santos.
Efetivado no cargo há sete jogos, Pereira luta contra o descrédito de parte da diretoria, que, na saída do técnico Candinho, chegou a sondar Cabralzinho para retornar à função de treinador da equipe.
Além de Cabralzinho, nome preferido de Pelé, José Teixeira, ex-técnico do Novorizontino, teria sido sondado para substituir Pereira no caso de derrotas para Portuguesa e Corinthians, domingo.
Irritado com essa situação, o técnico do Santos aposta na sua união com o elenco para ficar no cargo.
Para estreitar o seu relacionamento com o grupo, Pereira optou por um novo período de treinamentos longe de Santos.
Ontem, o time viajou para São Paulo, onde ficará até o jogo de domingo, contra o Corinthians.
Na segunda-feira, o time volta a treinar em Águas de Lindóia (170 km ao norte de São Paulo).
Pereira diz que tem o grupo ao seu lado e espera, da diretoria, a manutenção do acordo verbal firmado após a queda de Candinho.
"Disse ao presidente que estou preparado para assumir o desafio. Ele disse que eu teria tempo para trabalhar. Sei que tenho qualidades e não me abalo com boatos."
Contra a Portuguesa, ele disse que mantém sua proposta de jogar ofensivamente, mas poderá reforçar o meio-campo com a entrada do meia Baiano.
(ARNALDO RIBEIRO E MARCUS FERNANDES)

Texto Anterior: WCT; WQS; Cambalacho
Próximo Texto: Telê Santana pede para voltar já e gera impasse no São Paulo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.