São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996 |
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Betty Kaplan vai filmar a história de "Doña Barbara"
CELSO FIORAVANTE
Betty Kaplan falou sobre seu próximo filme e sobre o papel político do cinema. * Folha - Você acredita que um filme de ficção pode realmente contar como foi sanguinária a ditadura chilena? Kaplan - Realmente não, pois o cinema é entretenimento. Mas se consigo contar dentro de uma história de amor ou de humor uma outra história, deixar que o público tome conhecimento do que foi a ditadura para que ela não volte a acontecer, posso dizer que meu trabalho está bem feito. Mas não é por isso que vou fazer um filme político contra a ditadura. Folha - Por que o filme estreou no Brasil e em grande parte de todo o mundo e só agora vai estrear nos EUA? Kaplan - O Brasil é uma país à parte. Não olha para os outros e toma suas próprias decisões. Já a Venezuela vive muito em relação ao que acontece nos EUA. Ela esperou para ver o que aconteceria nos EUA depois da campanha da Miramax para então lançar o filme, esta semana. Folha - Por que você escolheu Antonio Banderas para o papel de Francisco? Ele foi imposto pelos produtores? Kaplan - Escolhi Bandeiras antes de ele fazer sucesso nos EUA. Banderas é o Francisco que eu e Isabel Allende pensamos. Foi uma escolha minha. Francisco é um homem à beira de um desastre, que não pode dizer as coisas e deve guardá-las para si. Ele não reaje pois não pode deixar cair as barreiras que construiu. Folha - Qual é o teu próximo projeto? Kaplan - Vou filmar "Doña Barbara", um western tropical cheio de magia negra, ação e morte. É baseado em um livro homônimo do escritor argentino Romulo Gallegos. Pretendo filmá-lo na Venezuela, mas também estou pensando em locações no México e na Argentina. Terá Angela Molina e Jorge Perrugoria nos papéis principais. O jornalista Celso Fioravante viajou a convite da organização do festival Texto Anterior: Ashkenazy dá lição de sinfonismo Próximo Texto: Caetano, Milton e Emílio são indicados Índice |
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