São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996 |
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Para Michel Aoun, mediação é infrutífera
LUIZ ANTÔNIO RYFF
"Uma operação militar só é interrompida quando seus objetivos políticos e militares são alcançados", disse à Folha. Aoun criticou a forma como os acordos de paz são feitos na região. "A paz deve ser firmada entre os povos, nunca entre os regimes." Para ele, a paz no Líbano depende da retirada total dos Exércitos sírios e israelenses do país. "A única solução para o Líbano é colocar Síria e Israel para fora. O problema é entre esses dois países. Só que eles trocam mensagens sangrentas no território do Líbano", afirmou. Aoun criticou os alvos da ofensiva israelense. Desde o início da operação, pelo menos 31 pessoas morreram, a maioria civis. Proteção Com a cabeça a prêmio desde que foi desalojado por um ataque sírio-cristão em 1990, Aoun vive em Paris, protegido dia e noite pelo serviço secreto francês. Ele justifica o emprego da guerra, mas se diz um defensor da paz. "Mesmo quando faço a guerra eu acredito na paz." O general Aoun não pretende ficar mais tempo no exílio. "Vou voltar este ano. Afinal, são eles os estrangeiros." Também exilado, o líder do oposicionista Congresso Nacional Libanês, Roger Eddé, 55, acha que a ofensiva israelense tem motivos eleitorais. Israel vai às urnas em 29 de maio. "A ação não vai evitar os problemas com o Hizbollah, mas vai servir para reeleger (o premiê) Shimon Peres, desde que a guerra que não seja interrompida de forma humilhante por Israel", disse Eddé à Folha. Apesar disso, ele é otimista quanto ao futuro do Líbano após o conflito."No Oriente Médio, os processos de paz são feitos após às guerras. Esses conflitos são a via para a negociação diplomática." Ele sintetiza a grande esperança da oposição libanesa: "Com uma nova relação de força, a Síria pode perder o controle da política libanesa, e poderemos voltar". Texto Anterior: Líbano apóia proposta Próximo Texto: Míssil em Nabatieh fere 3 em ambulância Índice |
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