São Paulo, sexta-feira, 19 de abril de 1996
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Cumpri o meu dever, diz major

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA

O comandante da PM de Parauapebas, major José Maria de Oliveira, 41, disse ontem que seus homens atiraram em legítima defesa. "Não podia ficar de braços cruzados, vendo que eles disparavam contra os policiais", disse. A seguir, trechos da entrevista concedida por telefone à Agência Folha:
Agência Folha - Como a desobstrução da estrada foi planejada?
José Maria de Oliveira - O coronel Mário Pantoja veio de Marabá, com 200 homens, e eu marchei desde Parauapebas, com 68 homens. Os sem-terra colocaram 300 homens em cada frente, e o resto do pessoal no meio, com 250 a 300 metros entre as duas pontas.
Agência Folha - Por que o confronto ocorreu?
Oliveira - Minha tropa chegou primeiro. Quando estava a uns 600 metros do bloqueio, eles começaram a atirar, e decidi recuar.
Alguns minutos depois, o tiroteio recomeçou, e aí percebi que era a tropa do Pantoja que combatia do outro lado. Dessa vez não pude ficar de braços cruzados.
Agência Folha - A TV mostra policiais usando metralhadoras.
Oliveira - Esse tipo de armamento é necessário em situações como essa e numa região tensa como essa. Não estávamos armados para matar ninguém.
Agência Folha - Houve excesso na ação policial?
Oliveira - A ordem era desbloquear a estrada. Meu sentimento é o de dever cumprido, apesar do que aconteceu.

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