São Paulo, sexta-feira, 19 de abril de 1996
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Fumantes festejam fim da proibição

Fiscais suspendem blitze nos restaurantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Os fumantes comemoraram ontem a decisão do Tribunal de Justiça de revalidar sentença judicial de primeira instância que permite o fumo em restaurantes de São Paulo, contrariando decreto do prefeito Paulo Maluf.
A reportagem da Folha percorreu seis restaurantes dos Jardins (zona oeste) na hora do almoço. Em todos o clima era de festa.
O espanhol Gregorio Ortega, 46, que mora no Brasil desde junho de 95, disse na churrascaria Rubaiyat que a decisão do TJ "dá a liberdade de cada cidadão fazer o que quiser".
Para Ortega, fumante de cigarrilha e charuto, a melhor saída é a divisão em áreas para fumantes e não-fumantes. "Quero fumar sossegado, mas não posso obrigar os outros a ser fumantes passivos", afirmou.
Na próxima semana, quando a decisão do TJ for publicada pelo Diário Oficial, os restaurantes já poderão ter áreas separadas.
Para José Oswaldo Galvão Junqueira, 60, presidente da Organização das Cooperativas do Estado, a decisão do TJ vai facilitar. "Quando vou a um restaurante, não é só para comer. É para bater papo e beber uma cerveja. Se não puder fumar, vou embora."
Fumante desde os 13 anos, ele afirma que deixou de fumar por 22 dias e que não pensou que "parar fizesse tanto mal".
O português Mário Viana, 33, há cinco anos no Brasil, disse no Tatou que "em cidades como Paris, é permitido fumar em restaurantes". "Por que aqui não?"
O Tatou foi o único restaurante visitado a criar ontem áreas separadas para fumantes e não-fumantes. Até anteontem, o fumo era proibido no local. Os outros restaurantes já mantinham áreas separadas, apesar do decreto.
A prefeitura não fez ontem blitze antifumo. Os fiscais esperam orientação da secretária dos Negócios Jurídicos, Mônica Caggiano, para retomar a vistoria em restaurantes.

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