São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996 |
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Campinas retoma vacinação em maio
DA FOLHA SUDESTE A secretária da Saúde de Campinas, Carmen Lavras, 43, anunciou ontem que deve antecipar para a primeira quinzena de maio a nova campanha de vacinação contra a meningite meningocócica tipo C na cidade.A primeira campanha foi suspensa na última segunda-feira, motivada pelas reações colaterais verificadas em cerca de 7.500 pessoas que tomaram a vacina. A secretária afirmou que a nova vacinação deve ser feita o mais rápido possível, por causa do risco de um surto de meningite no inverno, que começa em 21 de junho. A ocorrência de meningite aumenta no frio. Segundo a Secretaria da Saúde, no ano passado, foram registrados 15 casos entre junho e agosto e um caso em março. Carmen disse que as 29.023 mil pessoas vacinadas contra a doença na segunda ficarão fora da campanha de vacinação e só receberão nova dose se os exames de sangue realizados a partir de ontem apontarem falha na imunização. A prefeitura encaminhou anteontem ofício ao ministro Adib Jatene (Saúde) pedindo que sejam enviadas vacinas de outro fabricante para a nova campanha. As doses aplicadas em Campinas foram produzidas pelo laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio. As causas das reações colaterais estão sendo apuradas. Depoimento A secretária prestou depoimento ontem na CEI (Comissão Especial de Inquérito) da Câmara que investiga o caso. O depoimento de Carmen Lavras na Câmara começou às 8h30 e terminou às 10h20 de ontem e foi acompanhado pelo médico infectologista Marcelo de Carvalho Ramos, professor da Unicamp. Ramos participa dos depoimentos como assistente-técnico dos vereadores. Ele disse que considera mais fácil ter havido contaminação da parte sólida que compõe a vacina contra meningite. Coleta de sangue A Secretaria da Saúde de Campinas enviou ontem ao Instituto Adolfo Lutz de São Paulo 292 amostras de sangue de crianças de 2 a 4 anos vacinadas segunda-feira. A análise das amostras deve concluir se a vacina aplicada realmente imunizou as crianças. Por volta do dia 6 de maio, nova coleta será realizada com as mesmas crianças para encaminhamento ao instituto, que deve entregar os resultados 30 dias depois. A dona-de-casa Natalina Leardini, 42, levou a filha Larissa Graziele Leardini, 4, para a coleta. Sem chorar, Larissa perguntou à enfermeira se poderia ir brincar no parque depois. Natalina disse que, se for preciso vacinar novamente a menina, ela o fará. "É uma questão de proteção da minha filha." Texto Anterior: Decisão provoca indignação Próximo Texto: Particulares dão vacinas Índice |
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