São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996
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MG cria fundo para ficar com Mercedes

Crédito especial poderá ser pago em 20 anos

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governo mineiro anunciou ontem a criação de um fundo especial para garantir a instalação da fábrica da Mercedes-Benz em Juiz de Fora.
A Mercedes foi a primeira empresa a receber a oferta de um financiamento especial para capital de giro.
O chamado "Fundo Mega" vai permitir que a Mercedes, quando iniciar as suas operações -previstas para 1998-, use essa linha de financiamento, que terá carência de dez anos e outros dez anos para pagamento.
Os juros desse empréstimo serão subsidiados, mas o vice-governador de Minas e Secretário de Planejamento do Estado, Walfrido dos Mares Guia, disse que os detalhes ainda não foram totalmente definidos.
O projeto do "Fundo Mega", que pretende beneficiar o setor automotivo, eletrônico e agroindustrial, precisa ser aprovado pela Assembléia Legislativa.
Mares Guia explicou que esse fundo será criado com recursos do Tesouro estadual.
"Se a Mercedes faturar R$ 1,5 bilhão por ano, pode chegar a receber 8% de financiamento proporcional ao seu faturamento", disse. No exemplo citado, a Mercedes poderia financiar até R$ 120 milhões.
A Mercedes terá acesso também a outra linha de financiamento, voltado para o investimento na montagem na unidade em Juiz de Fora, de US$ 400 milhões, por intermédio do Proim (Programa de Indução à Modernização Industrial), que já existe há vários anos.
Esse fundo é formado com recursos do Pró-Indústria (outro programa que incentiva a industrialização do Estado) e com recursos captados no mercado pelo BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais).
Além do "Fundo Mega" e do Proim, a Mercedes terá benefícios também da Prefeitura de Juiz de Fora, que vai isentar a montadora do recolhimento de IPTU e ISS durante dez anos.
"Fator a mais"
O presidente mundial da Mercedes-Benz, Helmut Werner, disse ontem em Belo Horizonte (MG), durante a assinatura do protocolo para instalação da montadora alemã em Juiz de Fora, que os incentivos dados pelo governo mineiro não foram determinantes na opção por Minas.
"Os incentivos não foram fator decisivo. Foram um fator a mais entre os estudados", afirmou Werner.
O governador Eduardo Azeredo (PSDB) disse que os incentivos dados pelo Estado "foram normais em empreendimentos desse porte".

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