São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996
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Bolsa paulista sobe; BC muda minibanda

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa paulista fechou em alta de 1,47%. O volume negociado cresceu, ficando em R$ 355,807 milhões. Os estrangeiros, segundo os analistas, voltaram.
Os títulos da dívida externa também fecharam o dia em alta -com o movimento altista sendo puxado pelos papéis argentinos e mexicanos. O C-Bond, o mais negociado título brasileiro, subiu 2,32% e fechou cotado a US$ 0,6088.
Não importando as razões que levaram José Eduardo Andrade Vieira a pedir demissão do ministério, o fato, segundo os analistas, é positivo: já que antecipa o processo da reforma ministerial.
A reforma do ministério, acreditam (e essa também foi a leitura dos investidores estrangeiros), deve ajudar a consolidar a base governista no Congresso.
Ou seja, e é isso que interessa ao mercado, a nova composição deve agilizar o processo de aprovação das reformas estruturais, como a previdenciária e administrativa.
Detalhe: se depender do desejo dos analistas a reforma seria mais ampla do que a pura e simples troca do comando da Agricultura.
Mas, já começam a existir divergências. Alguns bancos apostam que o mercado tem exagerado.
No over, a liquidez continuou apertada, obrigando o BC (Banco Central) a emprestar recursos a 3,21%. Os analistas esperam alguma folga para a próxima semana.
O governo paga o funcionalismo e transfere recursos para Estados e municípios, o que, calculam, deve aumentar a liquidez em aproximadamente R$ 900 milhões.
Por conta dessa injeção de recursos, os negócios fechados ontem para serem liquidados na segunda-feira pagaram juros de 3,14%.
No câmbio, o BC alterou a minibanda cambial. Com correção de 0,2%, a segunda do mês, o dólar passa a flutuar agora entre R$ 0,991 e R$ 0,996.
Depois, como as entradas continuam superando as saídas, o BC foi obrigado a comprar dólares.
A alteração da minibanda mexeu com o mercado futuro de câmbio, que passou a projetar correções maiores nos dólar no segundo e terceiro meses.
O dólar-cabo, cotação para remessas ilegais de divisas, fechou acima de R$ 1,00.

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