São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996
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Graf vira promotora da Olimpíada no Rio

RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Nem mesmo a missão oficial de promover a Olimpíada de 2004 no Rio fez Pelé, o ministro dos Esportes, esquecer seu lado galanteador ao se encontrar, ontem, com a tenista alemã Steffi Graf.
Durante a sessão de fotografias com Graf, que estréia hoje no torneio-exibição Rio de Janeiro Tennis Classic, o ministro disparou: "Com todas essas fotos, eu não vou poder olhar para rosto dela".
A tenista número um do mundo ainda teve de responder a Pelé se já havia jogado futebol.
"Quando era pequena, eu ia ao clube e treinava duas horas de tênis e uma de futebol. Como jogava muito mal futebol, passei a praticar tênis por três horas. Vai ver que é por esse motivo que agora sou uma tenista tão boa."
Na verdade, Graf se tornou, em cima da hora, uma garota-propaganda internacional para a causa olímpica do Rio.
Pena que ela não tenha um passado de êxito no assunto: participou ativamente na campanha para Berlim ser sede dos Jogos Olímpicos de 2000, mas a cidade foi derrotada pela australiana Sydney.
"A reunificação era muito recente e havia alguns problemas internos no país", justificou.
Sabendo da futura paternidade do ministro, Graf o felicitou, mas disse que não tem planos de parar a carreira para ter filhos.
"Sei separar minha vida nas quadras dos assuntos particulares. Algum dia terei um filho", disse.
E sua vida particular, com o pai esperando julgamento pela acusação de sonegação fiscal, é tratada por Graf com monossílabos.
"Estou aqui para jogar. E estou ansiosa para isso", respondeu, questionada se a prisão de seu pai, Peter Graf, refletia em quadra.
Sua fisionomia se altera quando o assunto é a mudança de empresário -boato de bastidor.
"Não é verdade. Você deve ser um jornalista alemão. São sempre as mesmas perguntas", reclamou a um repórter de uma agência de notícias alemã.
Mais calma, Graf disse que os dias com problemas físicos já acabaram e que pretende estar presente na Olimpíada de Atlanta.
Afirmou ainda que a vinda ao Rio mudou a rotina. "No circuito de tênis, você vai todo o ano para as mesmas cidades."
Ela elogiou a quadra do Maracanãzinho, feita de borracha sintética. "É um piso rápido. Acho que vou me divertir e diverti-los."
Graf faz sua estréia no torneio carioca hoje, às 18h30, contra a vencedora da partida entre a norte-americana Lisa Raymond e a búlgara Magdalena Maleeva, que seria realizada ontem à noite.
A outra estreante de hoje, a espanhola Conchita Martínez, terceira do ranking, enfrenta a vencedora do jogo entre as norte-americanas Gigi Fernandez e Chanda Rubin.

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