São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996
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40 cineastas 'imitam' os irmãos Lumière

FERNANDO DE BARROS E SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um cinematógrafo na mão e uma idéia muito ligeira na cabeça. É assim que 40 diretores de várias partes do mundo homenageiam os pais do cinema, os irmãos August e Louis Lumière, no filme "Lumière e Companhia (Lumière et Compagnie, 1995), que a mostra "É Tudo Verdade - 1º Festival Internacional de Documentários" exibe amanhã, em seus último dia, às 17h30 e às 21h30, no Cinesesc.
O achado do filme, dirigido pela francesa Sarah Moon, foi ter obrigado cada um dos 40 diretores a filmar usando o mesmo cinematógrafo que os Lumière utilizaram para fazer seus filmetes com menos de um minuto de duração.
O resultado são 40 peças à la Lumière, mas de modo em que cada uma, colocada diante dos limites e da precariedade técnica do cinematógrafo, estivesse redescobrindo o cinema e reinventando o mundo através daquela engenhoca.
Mais do que um documentário sobre os Lumière, o filme consegue a proeza de ao mesmo tempo contar e anular 100 anos de história do cinema. A ingenuidade original dos descobridores e o know-how acumulado ao longo do século são de certa forma fundidos num único tempo, criando uma atmosfera lúdica entre passado e presente das mais interessantes.
Como é hábito nas obras coletivas, essa também é desigual. Há momentos do mais puro lirismo, como a peça inicial dirigida por Gabriel Axel (de "A Festa de Babette") ou a de Wim Wenders sobre Berlim. Também estão presentes cineastas como Spike Lee, Costa Gavras, Peter Greenaway, David Lynch e Bigas Luna.

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