São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Entenda a ocupação israelense

MARCELO MUSA CAVALLARI
DA REDAÇÃO

O início da intervenção israelense no Líbano, em 1982, deu lugar ao pior ataque do Exército de Israel em número de mortos. Morreram 247 pessoas no bombardeio de Beirute, a capital libanesa.
O objetivo do governo israelense, liderado pelo então premiê, Menachem Begin, do conservador Likud -hoje na oposição-, era acabar com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e forçar a saída da Síria do território libanês.
A OLP -sua direção e a maior parte de seus combatentes- havia se transferido para o Líbano depois de ter sido expulsa da Jordânia em 1971. Do sul do Líbano, os palestinos organizavam incursões em território israelense.
Depois de um avanço rápido, Israel conseguiu destruir a maior parte das bases da guerrilha e cercar 6.000 guerrilheiros palestinos em Beirute. Um acordo permitiu que os palestinos se dispersassem por vários países árabes.
Negociações
Em agosto, teve início a negociação de paz entre Israel e Líbano que levou aoacordo pelo qual as tropas estrangeiras deveriam sair do país.
A Síria não reconheceu o acordo e manteve cerca de 40 mil soldados no país. Israel, embora tivesse concordado com os termos, manteve ocupada uma faixa de território no sul do Líbano.
A faixa ocupada, denominada por Israel de "zona de segurança", é policiada pelo Exército do Sul do Líbano, milícia formada por cristãos, mantida e armada por Israel.
Hizbollah
O Hizbollah (Partido de Deus) surgiu em 1982. No início, o grupo era formado por enviados iranianos para combater a presença israelense no Líbano. Escaramuças entre seus militantes e membros tanto do Exército do Sul do Líbano quanto soldados israelenses ocorrem quase todos os dias.
Israel não só não consegue acabar com o Hizbollah como conhece muito pouco sobre a organização. Aparentemente, graças a uma estrutura familiar -é preciso ter um parente na organização para se tornar membro- o Hizbollah impediu até agora que Israel conseguisse infiltrar informantes.
Periodicamente, Israel bombardeia locais em que supõe funcionarem bases do Hizbollah ou viverem membros da organização radical.
Antes da atual ofensiva, a pior foi em julho de 1993, quando ataques aéreos deixaram 130 mortos no sul do Líbano.

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