São Paulo, segunda-feira, 22 de abril de 1996 |
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A cabeça dos atletas
CIDA SANTOS Neste ano olímpico, os técnicos do mundo do vôlei parecem mesmo preocupados com a cabeça dos atletas.Nem mesmo a Itália, que nos últimos dois anos ganhou todas as grandes competições, escapa. O técnico Julio Velasco apontou como um dos obstáculos do time em Atlanta "a pressão psicológica de jogar como favorito". Para não repetir a história de 92, quando a "azzurra" entrou nos Jogos de Barcelona como favorita e saiu com o amargo quinto lugar, Velasco voltou a investir na cabeça. Em 95, buscou na ioga o caminho da concentração dos atletas. Este ano, a novidade é a presença de uma psicóloga. A escolhida foi Bruna Rossi, que já trabalhou com a seleção italiana de pólo aquático. A idéia é ajudar os jogadores a lidarem com as emoções. Velasco fala que o time está aprendendo a ser mais equilibrado, mas lembra que no jogo o atleta é sozinho. Psicologia à parte, os italianos terão incentivo extra pelo ouro olímpico: um prêmio de US$ 140 mil (US$ 48 mil à vista e US$ 92 mil em fundo de pensão). No vôlei feminino brasileiro, a ioga também foi o caminho escolhido pelo técnico Bernardinho para dar mais equilíbrio e concentração ao time. Na seleção masculina, o técnico Zé Roberto trabalhou no ano passado com a psicóloga Regina Brandão. Ela fez uma série de entrevistas com os atletas, traçando um perfil de como eles são, como se relacionam e o que pensam sobre o grupo. No esporte coletivo, um dos desafios é manter a união do time. Nem equipe consideradas imbatíveis, como a das feras da NBA que vão a Atlanta, fogem à regra. O técnico Lenny Wilkens, na entrevista publicada quarta na Folha, mostrou preocupação com vaidades e possíveis crises de estrelismo. Ou seja, até o "Dream Team 3" pode perder, mas para ele mesmo. Texto Anterior: Só um 'olímpico' fica de fora dos playoffs Próximo Texto: SOS Minas; Copa do Imperador; Sucesso nos EUA Índice |
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