São Paulo, terça-feira, 23 de abril de 1996
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200 crimes têm 2 julgamentos

ABNOR GONDIM
ENVIADO ESPECIAL A CURIONÓPOLIS (PA)

O sul do Pará registrou de 1980 a 1995 cerca de 200 crimes por conflitos fundiários, mas até hoje só houve julgamento em dois casos. Os dois ex-PMs e um fazendeiro condenados estão foragidos.
Essa situação foi relatada ao ministro Nelson Jobim (Justiça) no dia 14 pelo Comitê Rio Maria.
O comitê é uma entidade de direitos humanos que foi criada no município do mesmo nome, a 700 km ao sul de Belém, em fevereiro de 91, após o assassinato do sindicalista Expedito Ribeiro de Souza.
Na carta ao ministro da Justiça, o comitê relata a fuga de Wanderley Borges de Mendonça da delegacia de Rio Maria, no dia 1º de abril.
Ele era gerente do fazendeiro Jerônimo Alves de Amorim, que está foragido desde 94 e tem prisão preventiva decretada como mandante da morte do sindicalista.
Estão presos em Belém, condenados a 21 e 25 anos, Francisco de Assis Ferreira, ex-gerente da fazenda de Amorim, e o pistoleiro José Serafim Sales.
Mendonça estava preso em Xinguara, município vizinho a Rio Maria, sob a acusação de ter contratado pistoleiros em 94 para liquidar pequenos comerciantes que estariam apoiando invasores da fazenda de Amorim.
O segundo crime julgado envolveu o sequestro e morte, em 90, dos irmãos Paulo e José Canuto. Mas os ex-PMs Ubiratan Ubirajara e Edson Matos, condenados, fugiram. Matos escapou do quartel da PM em Belém.

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