São Paulo, terça-feira, 23 de abril de 1996
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Nº de armas levanta suspeitas

GEORGE ALONSO
DO ENVIADO ESPECIAL A MARABÁ (PA)

Uma diferença entre o número de soldados em ação e o número de armas fornecidas pela Polícia Militar como sendo as usadas no conflito está provocando suspeita entre os promotores envolvidos na apuração do massacre.
Foram apreendidas 115 armas da PM, sendo 96 equipamentos de disparo de projéteis. A PM usou 155 soldados na operação.
Segundo o coronel João Paulo Vieira, que preside o Inquérito Policial Militar (IPM), há uma explicação para o fato: "Não há armas para todos, nem todos que foram para a pista levaram armas de fogo. O primeiro contato é feito por pelotão de soldados que só levam escudos e cassetetes".
Outro problema levanta suspeitas em relação à PM: o sumiço das cautelas (papeleta de retirada de armas) dos soldados que usaram armas do batalhão de Parauapebas. As armas entregues até agora pelo batalhão de Marabá foram acompanhadas por suas cautelas.
O promotores Clodomir Araújo e José Brito Furtado pretendem indiciar todos os PMs daquele batalhão caso a corporação não apresente o livro que registra a retirada de arma por cada soldado.
As cautelas só podem ser destruídas quando, da devolução da arma, não houver disparo. "Isso que foi feito é coisa de amador ou má-fé", disse Araújo.
(GA)

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