São Paulo, terça-feira, 23 de abril de 1996 |
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Garimpeiros querem invadir a Vale
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURIONÓPOLIS; DO BANCO DE DADOS Bloqueio não afeta empresa em Serra PeladaOs garimpeiros de Serra Pelada ameaçaram ontem invadir a área da Companhia Vale do Rio Doce no garimpo se a empresa não negociasse com o grupo. O bloqueio mantido pelos garimpeiros no principal acesso a Serra Pelada não surtiu efeito. Os próprios garimpeiros disseram saber que a empresa utiliza três outras vias de acesso. Os garimpeiros reivindicam a recuperação de área que alegam ser sua e que estaria sendo utilizada pela empresa. Ele ameaçavam ontem quebrar as sondas da Vale caso não houvesse negociação até o início da noite. A Vale informou que "não se preocupa com o fechamento da estrada". Outro motivo da revolta dos garimpeiros é o assassinato do líder Mário Eurípedes Martins, 47, encontrado morto em 24 de março. As investigações da Polícia Civil de Curionópolis não revelaram pistas sobre o crime. O presidente do conselho fiscal do sindicato dos garimpeiros, Eliezer Luís Jucá Soares, disse temer que a manifestação termine em "banho de sangue". Rodovia A rodovia PA-150, palco do conflito entre a PM e os sem-terra, já havia sido bloqueada por 15 mil garimpeiros em 1984. Eles aguardavam a decisão do governo federal sobre a reabertura do garimpo manual em Serra Pelada. O garimpo manual acabou prorrogado por mais três anos pelo então presidente João Baptista Figueiredo. Em 1º de fevereiro de 96, o governo anunciou o descobrimento de uma jazida subterrânea de ouro na região. Segundo a Vale, a nova mina não permite o garimpo manual, o que é contestado pelos garimpeiros. Texto Anterior: Mapa dos acontecimentos Próximo Texto: Sob vaia Índice |
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