São Paulo, terça-feira, 23 de abril de 1996
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Pat Metheny promete três horas de show

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

Pat Metheny, 41, não quer mais ser brasileiro. O guitarrista norte-americano, que iniciou turnê pelo Brasil na última sexta, diz que está cansado de ser associado à música feita por aqui.
"Quero me separar disso", diz. "Ainda pensam em mim como o cara que descobriu a música brasileira. Nunca foi uma questão de moda. Cresci com essa música."
Diz a lenda que a primeira música que Metheny tocou no violão, aos dez anos, foi "Garota de Ipanema". "Não, foi 'Louie Louie' ", diz. "Mas 'Girl' foi a segunda."
Entre 1988 e 1991, Metheny morou no Rio -por conta de um namoro com uma brasileira. Depois, tocou em um disco de Milton Nascimento ("Angelus", 1993) e em um show com Tom Jobim (em 1994) no Carnegie Hall.
"Ficamos muito amigos, dividíamos o camarim", conta. Em São Paulo, promete tocar pelo menos uma música de Jobim.
Três horas A maior parte do repertório, porém, virá do último disco do Pat Metheny Group, "We Live Here", lançado no ano passado.
Tocam durante três horas, pelo menos. "É pouco", diz Metheny. "Estou com eles há 20 anos, temos uma identidade muito forte." Quando esteve aqui em 1993, o guitarrista estava sem a banda.
O Pat Metheny Group esteve no Brasil em 1989, com a mesma formação: o percussionista brasileiro Armando Marçal, Lyle Mays (piano e teclados), Steve Rodby (baixo), Paul Wertico (bateria), David Blamires (voz e percussão) e Mark Ledford (voz e percussão).
New age Metheny, ganhador de sete prêmios Grammy, costuma ter seu jazz/rock rotulado como "new age". "Não me importo com o que falam", diz. "É a vantagem de ficar velho."
Pat Metheny tem agenda cheia até setembro. Depois da turnê pela América do Sul (ela vai tocar também no Chile, Argentina e Uruguai), começa a gravar um novo disco.
Antes, devem sair dois outros trabalhos, já prontos: um dueto com o baixista Charlie Haden e um disco com Herbie Hancock.

Show: Pat Metheny Group
Onde: em São Paulo, no Palace (al. dos Jamaris, 213, tel. 011/531-4900); no Rio, no Metropolitan (r. Ayrton Senna, 3.000, tel. 021/385-0515)
Quando: 23 e 24 de abril, às 21h30, em São Paulo; 25 de abril, às 22h, no Rio Quanto: R$ 30 a R$ 60

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