São Paulo, quarta-feira, 24 de abril de 1996 |
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Supermercado já compra carne embalada
JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
A rede adquire mensalmente mais de 1.000 t de carne bovina. O produto é vendido por seis frigoríficos, que abatem e embalam a carne segundo normas de higiene e qualidade acertadas com os técnicos do Pão de Açúcar. Todas as 127 lojas da rede no Estado de São Paulo seguem o padrão, que começou a ser testado há cinco anos. "Acabamos com a figura do lombador", diz Wilson Barquila, diretor de produtos perecíveis do Pão de Açúcar. O lombador é o funcionário que transporta a carne do caminhão até a câmara fria do açougue ou supermercado. "O avental do lombador costuma estar cheio de sangue. Muitas vezes a carne cai no chão", diz. Além de melhorar a qualidade da carne para o consumidor, Barquila diz que o supermercado fica mais limpo e com estrutura mais enxuta. "Não acumulamos osso, sebo e outras partes do boi inaproveitáveis para consumo humano." Barquila vê, ainda, vantagem para os frigoríficos, que transportam mais carga, barateando o frete. E aproveitam melhor partes do boi como osso, para a fabricação de farinha, e aba e capa do contrafilé, destinadas à indústria de salsichas. A carne embalada a vácuo pode permanecer até 30 dias na câmara fria. Já o produto com osso, afirma o diretor da rede, aguenta no máximo cinco dias. Para ele, a portaria sobre venda de carne bovina do Ministério da Agricultura vai ser um golpe mortal nos abatedouros clandestinos. "Os clandestinos normalmente não possuem câmara fria, nem conseguem retalhar o animal ou desossá-lo", diz Barquila. José Roberto Morganti, presidente do Sindcarne, acha que o governo pode enfrentar problemas na aplicação da portaria junto a alguns estabelecimentos. Segundo ele, uma grande rede de supermercados do país passou nos anos 80 a adquirir carne embalada durante alguns meses. Ao verificar certa vez que a carne embalada era de vaca e não de boi, a rede abandonou a idéia. (JAG) Texto Anterior: Estrutura da SIF é fraca, diz Sindicarnes Próximo Texto: Seminário no PR discute exportação Índice |
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