São Paulo, quarta-feira, 24 de abril de 1996 |
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Militar "emperra" investigação do caso
ABNOR GONDIM; LUCAS FIGUEIREDO
Até as 18h de ontem o major não havia atendido à determinação do MP de entregar uma relação identificando cada militar de Parauapebas que participou da operação e a respectiva arma. O oficial afirmou à PF que as cautelas (registros de armas que identificam os usuários) ainda estavam com os PMs de Parauapebas e que não havia um livro de registro das armas de cada militar. A atitude de Oliveira poderá causar sua prisão preventiva, já que houve quebra de regras militares. O major deveria obrigatoriamente estar com as cautelas e o livro. Exoneração Oliveira, 41, responsável pela 10ª Companhia da PM, em Parauapebas, é um dos oficiais que comandaram a operação contra os sem-terra na quarta-feira passada. O PSDB de Parauapebas pediu duas vezes, sem sucesso, ao governador Almir Gabriel, do mesmo partido, a exoneração do major, com base em denúncias de moradores que acusavam o militar de proteger PMs envolvidos em assassinatos, roubos e extorsão. "O governador argumentou que a situação dos dirigentes da PM não deveria sofrer pressões políticas e sugeriu que fizéssemos um dossiê, mas as vítimas tiveram medo de depor", disse Maristela Miranda, secretária do Diretório Municipal. Oliveira falou à Folha um dia após o massacre, negando a execução dos sem-terra e denúncias contra a sua conduta no cargo. Depois disso, disse que está proibido de dar declarações a jornalistas. Oliveira tem comentado com outros oficiais que o suposto revide dos PMs contra os sem-terra foi provocado pelo coronel Mário Pantoja, comandante da operação. No entanto, o próprio major disse que comandava os PMs que estavam do lado da PA-150 na direção de Parauapebas e teria tentado negociar com os sem-terra. Segundo sua versão, ele teria sido recebido a bala. (ABNOR GONDIM e LUCAS FIGUEIREDO) Texto Anterior: Procuradoria denunciará PMs por mortes Próximo Texto: Exército suspende as operações Índice |
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