São Paulo, quarta-feira, 24 de abril de 1996
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Sem-terra pedem acareação

GEORGE ALONSO
DO ENVIADO ESPECIAL A MARABÁ (PA)

Quatro sem-terra feridos no conflito com a PM em Eldorado de Carajás se dizem capazes de reconhecer seus agressores.
O delegado Vicente da Costa, que preside o inquérito policial civil sobre o massacre, disse que se dispuseram a fazer uma acareação -que, segundo ele, será feita.
Até agora foram ouvidas nesse inquérito as versões de 20 pessoas -16 em Curionópolis, três em Marabá e um PM, o tenente-coronel Manoel Mendes de Melo.
Segundo ele, precisam ser ouvidos os 155 PMs envolvidos na operação e "mais de cem civis". Costa disse que de hoje até pelo menos sexta-feira irá tomar depoimentos dos sem-terra no acampamento da fazenda Macaxeira.
O prazo de conclusão do inquérito é de 30 dias (a partir do último dia 18). Mas, segundo ele, deverá ser dilatado por mais 30.
Já no inquérito policial militar, presidido pelo coronel João Paulo Vieira, foram ouvidos apenas 2 feridos dos 46 sem-terra.
Segundo Vieira, é norma ouvir primeiro as vítimas, depois os PMs e, sem seguida, as testemunhas.
Com a prisão do coronel Mário Pantoja, o prazo para conclusão do inquérito caiu para 20 dias (normalmente é de 40 dias).
Trata-se de uma maneira de impedir a prisão por longo tempo de um militar acusado de crime.
Ontem à tarde, Vieira e o procurador de Justiça Luiz César Tavares Bibas foram a Eldorado de Carajás para reconhecimento e perícia do local do conflito.
(GA)

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