São Paulo, quarta-feira, 24 de abril de 1996
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Índios de todo o país preparam mutirão para salvar os caiuás

MYRIAN VIOLETA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Índios de várias tribos do país deverão começar em julho um mutirão para melhorar as condições de vida dos guarani-caiuás na reserva indígena de Dourados (a 219 km de Campo Grande-MS).
Desde 1986, 213 índios guarani-caiuás cometeram suicídio, segundo registros do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), da Igreja Católica. A falta de perspectivas e a perda de terras seriam as razões da onda de suicídios.
A decisão de realizar o mutirão foi tomada após visita realizada à reserva de Dourados na semana passada por uma delegação de líderes indígenas de seis tribos.
"É preciso reavivar a força desses guerreiros", afirmou o organizador do grupo, Marcos Terena, 40. Segundo ele, o objetivo é conter os suicídios entre os caiuás.
"Lá não tem água limpa, é mato puro. Eles estão sofrendo. Chamaram a gente para ajudar e nós vamos", afirmou o líder dos kuikuros, Jacalo Kuikuro, 42.
Na distribuição de tarefas do mutirão, os kuikuros (MT) construirão ocas (cabanas) para até 80 pessoas. Os xavantes (MT) ensinarão técnicas de cultivo.
Os tukanos (AM) apresentarão projeto de reflorestamento da reserva. "É preciso plantar árvores e repovoar lagoas para que os índios tenham alimentação", disse o tukano Manoel Moura, 40.

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