São Paulo, quarta-feira, 24 de abril de 1996
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Grávida dá lucro

GILBERTO DIMENSTEIN

Mulher grávida rende pouco no trabalho, certo? Errado: elas são ainda mais produtivas. Mesmo numa cidade competitiva como Nova York -e num setor especialmente competitivo como os bancos.
Ao medir o desempenho profissional de mulheres grávidas em bancos, pesquisadores da Faculdade de Administração de Empresas da Universidade de Nova York imaginavam que confirmariam em números o que já supunham saber. Engano.
Eles encontraram resultados que ajudam a destruir o preconceito de que gravidez e produtividade não combinam. "Encontramos exatamente o oposto do que imaginávamos", diz Hal Gueutal, responsável pelo estudo.
As grávidas, segundo a pesquisa, trabalham mais e melhor. Cercadas de desconfianças, não querem abalar seu prestígio diante dos chefes e tendem a se esforçar ainda mais.
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É uma ótima lição para o Brasil, onde mulher grávida passou a ser sinônimo de transtorno. Não por acaso, o ministro do Trabalho, Paulo Paiva, chegou a sugerir que fosse repensada a licença-maternidade de quatro meses; num governo de fato vocacionado à prioridade social, essa frase já seria suficiente para trazer problemas ao ministro.
No Brasil, não: afinal, o presidente Fernando Henrique Cardoso também acredita que o trabalhador brasileiro está repleto de privilégios sociais, apesar de a imensa maioria não ganhar mais de R$ 200,00 por mês.
PS - Esse valor é ganho em duas horas por uma prostituta em Nova York.
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Num país marcado pela desnutrição, a amamentação é decisiva para se reduzir a mortalidade infantil; qualquer agente de saúde, sem curso primário, sabe disso.
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O raciocínio de Paiva, com sua lógica econômica, me faz lembrar uma lição que aprendi com o jornalista Carlos Castello Branco. Devemos ter cuidado com duas categorias: militares e economistas.
Militares e economistas tendem a desprezar dramas pessoais em seus frios cálculos. São como pastor alemão. Ótimos para tomar conta da casa. Um desastre se forem donos da c

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