São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996 |
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FHC muda Ministério para atender os partidos aliados LUCIO VAZ LUCIO VAZ; VALDO CRUZ
VALDO CRUZ Diretor-executivo da Sucursal de Brasília O presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu fazer uma reforma ministerial para atender aliados. O líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), será ministro extraordinário da Coordenação Política. A informação da reforma ministerial foi divulgada pelos líderes governistas no Congresso. No Palácio do Planalto, FHC não quis confirmar a informação: "É terrorismo", disse. Ele convocou, porém, uma reunião com lideranças políticas no Palácio da Alvorada. Além de Luiz Carlos Santos, o deputado Francisco Dornelles (PPB-RJ) só não assumirá o Ministério da Indústria, Comércio e Turismo se recusar o convite. FHC comunicou a decisão de nomear Dornelles a aliados, mas, até as 19h30, o deputado ainda não tinha sido convidado. FHC se reuniu ontem à noite com o presidente do PPB, Esperidião Amin, para discutir a vaga do partido no ministério. Logo após o encontro, Amin voltou para seu gabinete no Senado. Chamou para uma conversa o deputado Dornelles. A idéia inicial era dar o Ministério da Agricultura para o PPB. Com a divisão da pasta -que vai perder a Reforma Agrária-, o partido estaria recusando o ministério. FHC decidiu oferecer a Indústria e Comércio aos pepebistas. A atual titular do ministério, Dorothea Werneck, poderia ser transferida para a pasta da Agricultura. O PMDB e o PTB, no entanto, disputavam o ministério ontem à noite. O futuro Ministério Extraordinário da Reforma Agrária ficará com o presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Raul Jungmann. A pasta estava reservada ao ministro dos Transportes, Odacir Klein. Ele chegou a aceitar. O vazamento da informação, porém, teria inviabilizado a sua indicação, porque os partidos aliados passaram a disputar a pasta. FHC decidiu, então, convidar Jungmann. O titular do Ibama já tinha sido convidado para comandar o Incra quando Francisco Graziano deixou o cargo. Líderes governistas confirmavam o nome de Jungmann, que pode acumular a direção do Incra com a chefia do ministério. O presidente do Ibama estava ontem em Manaus e seguiria para Belém. A divulgação das mudanças ministeriais, segundo pefelistas, estava programa para hoje. Para o lugar de Luiz Carlos Santos na liderança do governo na Câmara, o presidente escolheu o deputado Benito Gama (BA). Sobrecarga Pefelista, o deputado é ligado ao senador Antônio Carlos Magalhães. Seria uma compensação ao PFL. A criação do ministério da Coordenação Política atende a uma reivindicação das lideranças. A principal reclamação é que o presidente FHC está sobrecarregado, porque nenhum ministro no Planalto cuida das negociações políticas. Nem Clóvis Carvalho (Casa Civil) nem Eduardo Jorge (Secretaria-Geral da Presidência) estariam desempenhando essa função. Texto Anterior: Malvadeza à vista; Cobertor curto; Gregos e troianos; Caça a tucanos; Bigode em cena; Gaúchos em baixa; Opção antiga; Arranhão presidencial; Marido traído; Guerra anunciada; Quem é quem; Público feminino; O equilibrista; Assessoria familiar; Regado a uísque; Cabo-de-guerra Próximo Texto: Santos atuou junto a Quércia Índice |
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