São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996
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CEF quer tomar R$ 1,6 bilhão do Proer

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CEF (Caixa Econômica Federal) está negociando com o Banco Central a liberação de aproximadamente R$ 1,6 bilhão do Proer -programa que incentiva a fusão de bancos com juros subsidiados- para adquirir a carteira de crédito imobiliário do Econômico.
A informação é do presidente da CEF, Sérgio Cutolo, que ontem à tarde esteve no BC para dar continuidade às negociações. A conclusão do negócio está sendo prevista para 30 de abril.
Dentro do empréstimo que está sendo negociado estão os créditos que a CEF tem a receber do Econômico referentes ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), no valor de R$ 700 milhões.
Cutolo disse que o Econômico tomou empréstimos na CEF, com recursos do FGTS, para fazer financiamentos habitacionais.
Sem equacionar essa dívida junto ao FGTS, o Econômico não pode acessar recursos do Proer para concretizar sua venda para o Excel. Cerca de R$ 2,9 bilhões estão sendo negociados para o Econômico.
Ontem pela manhã, na Comissão de Assuntos Econômicos no Senado, Cutolo disse que nada foi definido até agora. "É uma possibilidade. Eventualmente podemos usar (o Proer). Ainda não sabemos", afirmou.
Cutolo disse que o Proer é permitido para bancos oficiais. "Não sou eu que digo isso. Os diretores do BC afirmam que se criou um mito de que o Proer serve somente para banco privado".
A CEF deverá receber a linha que trata das garantias para concessão dos empréstimos. Para receber R$ 1,6 bilhão terá que dar como garantia títulos em R$ 1,9 bilhão.
A medida provisória que regulamenta o Proer diz que o programa "será implementado por meio de reorganizações administrativas, operacionais e societárias, previamente autorizadas pelo BC". A MP não faz menção a banco oficial.
Até o fechamento desta edição, o BC não deu qualquer explicação sobre a forma como será concedida a linha do Proer à CEF.
A CEF, segundo Cutolo, tem R$ 5,7 bilhões de garantias somente em FCVS (Fundo de Compensação de Variações Salariais) para conseguir o empréstimo do Proer. "Títulos contra o Tesouro Nacional é o que não falta", disse Cutolo.
O limite máximo do Proer que a CEF poderá tomar é o valor da carteira de crédito imobiliário do Econômico, de R$ 1,6 bilhão. Descontados os R$ 700 milhões que tem de crédito, a CEF devolverá R$ 900 milhões ao Econômico "podre", sob administração do BC.

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