São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996
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Decisão do partido irrita Maluf

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de idas e vindas e de negativas até nos últimos minutos da negociação, o PPB finalmente recebe seu quinhão.
E leva aquele que queria desde sempre: o Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, atualmente sob os cuidados da ministra Dorothea Werneck.
O deputado Francisco Dornelles (RJ), virtual indicado, era também o mais ministeriável dos governistas fora do governo.
A negociação com o partido, de qualquer modo, não foi fácil. Ontem à noite, o presidente Fernando Henrique Cardoso conversou com o senador Esperidião Amin (SC), presidente do PPB.
A decisão de integrar o primeiro escalão do governo foi tomada pela cúpula do partido em duas reuniões: a primeira, anteontem à noite, na casa do senador Epitácio Cafeteira (MA). A segunda juntou a Executiva Nacional do partido do gabinete de Amin ontem de manhã.
A dificuldade maior foi convencer o prefeito Paulo Maluf, maior liderança do PPB, de que o partido deveria aceitar o cargo.
Ao não comparecer à reunião da Executiva do PPB, Maluf quis marcar posição contrária à decisão do partido.
Maluf costuma participar de todas as reuniões importantes do PPB, quando isso lhe interessa. Anteontem à noite, tentou, sem sucesso, convencer a bancada do partido a recusar o convite de Fernando Henrique Cardoso.
Irritação
O prefeito paulistano voltou de Brasília irritado. Seu raciocínio é o seguinte: qualquer discurso de independência em relação a FHC fica esvaziado de agora em diante.
A independência, pelo menos formal, era importante para seus planos presidenciais. Principalmente porque já não aposta cegamente que o governo vá navegar em águas tranquilas até 98.

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