São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996
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Parecia brincadeira, diz piloto

DA REPORTAGEM LOCAL

O piloto Elvécio Rezende, 48, comandante do avião, disse que, no princípio, achou que a ação dos ladrões fosse "brincadeira".
"Um deles foi à cabine e disse que queria que abríssemos o porão para que pegasse o dinheiro. Eu nem sabia que havia valores na carga e só levei a sério quando vi o cano de sua arma", conta Rezende.
Segundo o comandante, a situação foi "difícil, mas tranquila". Durante a ação dos assaltantes, ele pensou em avisar a torre, mas não fez isso por estar sendo vigiado.
"Gentilezas"
"Os ladrões foram muito discretos e não chegaram a assustar os passageiros", contou a chefe das comissárias, que se identificou apenas como Maria. Segundo ela, nenhuma comissária desconfiou dos assaltantes antes da ação.
Os tripulantes contam que os três ladrões estavam bem vestidos e foram capazes de algumas "gentilezas".
"Uma das comissárias que serviu de refém brincou com eles, dizendo que queria ser deixada próxima ao aeroporto, porque não conhecida São José dos Campos. E eles de fato as largaram ali por perto", afirma Maria.
O co-piloto Lourival Rodrigues, 30, disse que não ficou nervoso, mas "impressionado" com o assalto. Foi ele quem, com ajuda de um funcionário do aeroporto, levou os ladrões até o porão onde estavam os malotes de dinheiro.
Ele contou que, depois que os malotes foram embarcados na camionete, começou a se distanciar devagar e viu as aeromoças sendo tomadas como reféns.
Após o assalto, a tripulação, os 35 passageiros e o avião PT-MRH, da TAM, continuaram o vôo até São Paulo. O avião ainda seguiu nova viagem, "para não atrasar a malha", segundo a empresa, que não informou seu destino.

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