São Paulo, sexta-feira, 26 de abril de 1996
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Inner Circle abre Ruffles Reggae Festival

SÉRGIO MARTINS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Começa hoje em Belém o primeiro Ruffles Reggae, maior festival de reggae já realizado no Brasil.
O festival, que se estende até 5 de maio, vai passar por oito cidades (a central de informações atende no tel. 011/289-8800).
O grupo jamaicano Inner Circle é uma das atrações, ao lado de Ziggy Marley, Big Mountain, Lucky Dube e Olodum.
É a quinta vez que o Inner Circle visita o Brasil. "Se existe alguém que veio mais vezes ao Brasil do que nós, vamos superá-lo", brinca o tecladista Bernard "Touter" Harvey, em entrevista à Folha.
O Inner Circle tem razões de sobra para investir no Brasil. O grupo teve duas participações marcantes em grandes festivais -o M2000 e o Reggae Sunsplash, ambos de 94.
O outro motivo diz respeito às vendagens. "Reggae Dancer", o mais recente álbum dos rastas, vendeu cerca de 210 mil cópias.
Cidade Negra
A adoração do grupo pelo Brasil não pára por aí. Eles já fizeram algumas colaborações com o Cidade Negra. "Depende apenas das gravadoras para sair em disco", revela Harvey.
O próximo álbum, que deverá estar pronto em junho, terá uma canção em português. "A música já está pronta e sairá apenas na edição brasileira do CD", diz Harvey.
O Ruffles Reggae também marca a efetivação do vocalista Chris Benteley no lugar de Calton Coffie, que partiu para a carreira solo.
"Não gostaria de comentar isso. A partida de Coffie é um problema do Inner Circle", diz Harvey.
O grupo, formado em Kingston (Jamaica) no início dos anos 70, tem sua parcela de culpa pelo desenvolvimento do reggae.
Depois das sessões de gravação do Studio One - celeiro de feras de onde saíram Bob Marley e Peter Tosh, entre outros -, eles brilharam na década de 70.
Traziam uma mistura de ritmos diversos como rock, reggae e soul, aliados ao carisma do vocalista Jacob Miller -que morreu nos anos 80, em um acidente de carro.
"Para mim, Jacob foi um dos maiores vocalistas que os fãs de reggae já viram. Pretendemos lançar até setembro uma caixa com o trabalho solo dele ao lado do Inner Circle", conta Harvey.
Poucas surpresas Para as apresentações do Brasil, o Inner Circle traz poucas surpresas. "O repertório terá principalmente músicas de 'Reggae Dancer'", entrega o tecladista.
O diferencial vai ficar por conta das porradas hercúleas do baterista Lancelot Hall -um "pigmeu rasta" saído dos guetos jamaicanos-, dos grooves do baixo de Ian Lewis e daqueles refrões grudentos, feitos sob medida para o público cantar junto.

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