São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 1996
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Descoordenação oficial; Recibo franciscano; Esquentando o trator; E agora, José; Indigestão malufista; Sempre cabe mais um; Utopia partidária; Um corpo na frente; Relâmpago eleitoral; Tucano rebelde; Los tres amigos; Lobby católico; Terra sem fim; Divã amazônico; Marcação cerrada; Vice-versa; Formação alternativa

Descoordenação oficial
A novela sobre o nome de seu ministério desagradou Luiz Carlos Santos. Se é para tratar de assuntos parlamentares, seria melhor ter ficado na liderança do governo. Ele quer é a coordenação política, coisa mais ampla.

Recibo franciscano
Um governista acha que é carimbo de fisiologia no varejo chamar o ministério de Luiz Carlos Santos de Assuntos Parlamentares. Ele ficaria tratando de uma picuinha aqui e outra ali.

Esquentando o trator
Como a semana em Brasília promete ser de calmaria no Congresso, líderes governistas pretendem retomar a discussão do projeto que limita os destaques de votação em separado. Para usar na reforma administrativa.

E agora, José
Pegará muito mal para o PPB apoiar o projeto que limita os destaques de votação em separado. Antes da reforma ministerial, o partido bombardeava a idéia, sob o argumento de que o Congresso seria amordaçado.

Indigestão malufista
Maldade de um parlamentar sobre a forma como o PPB ganhou o Ministério da Indústria e Comércio: "O Maluf é um cantor sem orquestra". O prefeito de São Paulo engoliu goela abaixo a adesão pepebista a FHC.

Sempre cabe mais um
A coordenação política mais ampla do governo está cheia de caciques, a começar por FHC. Nela estão: Serjão, Luís Eduardo, Jorge Bornhausen e o ministro novato Luiz Carlos Santos.

Utopia partidária
Michel Temer (SP) tem proposta ousada: "Está na hora de o PMDB falar uma linguagem nacional". Preocupado com o desempenho do partido na eleição municipal, quer combinar a defesa do Real com política social.

Um corpo na frente
O deputado Sílvio Torres (PSDB-SP) avisa os pefelistas. Apresentou na quinta passada projeto propondo plebiscito sobre a reeleição de FHC. "Será que eles querem que a gente fique devendo para eles?"

Relâmpago eleitoral
Enéas Carneiro (Prona) volta à TV. Faz programa político de um minuto em 1º de junho.

Tucano rebelde
Domingos Leonelli (BA) diz que o PSDB não será liderado por Benito Gama (PFL-BA). "Vamos pedir aparte nos microfones do PT e do PDT."

Los tres amigos
Itamar incumbiu Lindberg Farias (PC do B-RJ) de organizar um seminário contra a privatização da Vale do Rio Doce, no Rio. Com lugar de honra para Lula e Brizola. Prometeu completar a trinca e atazanar a vida de FHC.

Lobby católico
A CNBB enviou duas cartas para cada congressista. Uma defende o ensino religioso nas escolas públicas -pago pelo erário público. E a outra condena qualquer hipótese de aborto.

Terra sem fim
O governo do Pará vai negar o registro de 4,7 milhões de hectares de terras reivindicadas pelo empresário Cecílio do Rêgo Almeida. Maior do que a Holanda, a área sozinha resolveria parte da reforma agrária no Estado.

Divã amazônico
Tem nome a crise de autoridade pela qual passa Almir Gabriel (PA): o vice Hélio Gueiros Júnior. Quando Almir viaja, Hélio demite secretários. Na quinta passada, decretou luto oficial pelo massacre dos sem-terra.

Marcação cerrada
Dudu, que no final dos anos sessenta fez dueto com Ademir da Guia no time do Palmeiras, joga agora na retranca. Faz lobby no Congresso contra o fim do juiz classista na Justiça do Trabalho. Sua nova posição.

Vice-versa
O vice-presidente argentino, Carlos Ruckauf, que chega amanhã ao Brasil, será ciceroneado por Marco Maciel. Senadores e empresários argentinos mapearão negócios para o Mercosul.

Formação alternativa
O Comunidade Solidária abriu inscrição para ONGs interessadas no 1º Concurso de Projetos para Capacitação de Jovens.

TIROTEIO
Do líder do PL, Valdemar Costa Neto (SP), sobre o ministro Sérgio Motta (Comunicações):
- O Serjão morre de medo das urnas. Ele teria muito a perder disputando a Prefeitura de São Paulo pelo PSDB.

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