São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 1996
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Dança baiana reinterpreta o folclore e ganha o mundo

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Balé Folclórico da Bahia, fundado em 1988 pelos bailarinos Walson Botelho e Ninho Reis, está repetindo a antiga fórmula: depois de conquistar público e crítica na Europa e EUA, começa a ser notado no Brasil.
Com elenco de 16 bailarinos, cinco músicos e duas cantoras, o grupo se equipara, hoje, ao Grupo Corpo, em projeção internacional.
Com temporadas confirmadas até 1999, em países como Austrália, Canadá, EUA e Grécia, o BFB será também a única atração artística na abertura do encontro de chefes de Estado dos sete países mais ricos do mundo, que se realizará no próximo dia 29 de junho, na França.
Ainda na programação da Bienal de Lyon, o BFB vai apresentar "A Dança dos Orixás", uma das peças de seu repertório, em uma missa cantada em iorubá, na Catedral de Saint Jean.
Em sua cidade sede, Salvador, o BFB precisou conquistar o mercado internacional para, só agora, merecer um espetáculo no Teatro Castro Alves.
"É uma vitória", reconhece Botelho. "Até então, só nos apresentávamos em lugares reservados ao folclore baiano, considerado menor em relação ao status do Castro Alves, que no próximo dia 10 de maio abrirá suas portas para nós."
Diferente do Grupo Corpo, que é tratado com respeito e admiração pela imprensa européia e norte-americana, o BFB consegue comentários mais emocionais, beirando a reverência.
"Companhia soberba, com dançarinos exuberantes e virtuosos", escreveu Anna Kisselgoff, a poderosa crítica de dança do jornal "The New York Times", que recentemente enviou uma repórter para Salvador, especialmente para realizar matéria especial, publicada na capa do suplemento de artes do diário nova-iorquino.
Em Nova York, o BFB se apresentou, em fevereiro passado, no City Center, teatro frequentado pela elite da dança contemporânea, como os grupos de Alvin Ailey e Bill T. Jones.
Por causa da linguagem contemporânea de suas coreografias, a companhia é apontada como a única, na atualidade, a proporcionar uma interpretação renovada do folclore.

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