São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 1996
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Grupos fazem manifestações em vários pontos

CRISTINA RIGITANO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Centenas de pessoas fizeram vigília na porta do fórum (centro do Rio) durante o julgamento.
Na Candelária -onde foram assassinados seis dos oito menores-, 20 meninos da Fundação São Martinho enfeitaram com rosas brancas a cruz que foi colocada no local logo após o crime.
Cerca de 150 pessoas se concentraram na escadaria da Biblioteca Nacional, na Cinelândia (centro), discursaram e, às 12h, caminharam até o fórum. Ao chegarem, rezaram o Pai Nosso.
A manifestação foi organizada por várias ONGs (organizações não-governamentais), como os grupos Tortura Nunca Mais, Viva Rio, Ação da Cidadania Contra a Miséria, Fome e Pela Vida e outros religiosos.
"Espero que esse julgamento marque o fim da impunidade no país. A impunidade estimula a violência. Os criminosos acham que seus crimes não terão consequência", disse o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.
"O Rio tem que dar exemplo porque a cidade está no momento de exigir paz e justiça", disse o presidente do Viva Rio, Rubem César Fernandes.
Revezamento
No meio dos gritos de "justiça", uma mulher se irritou. "Tenho amigos que foram feridos por esses menores. Era tudo ladrão", disse ela, que se identificou apenas como Maria.
Integrantes do grupo Tortura Nunca Mais planejaram um revezamento na entrada do fórum, durante todo o julgamento. "Estamos aqui para pressionar para que haja um julgamento correto. Ninguém está aqui para condenar inocentes", disse a diretora da entidade, Flora Abreu.
O diretor da Human Rights Watch no Brasil, James Cavallaro, assistiu ao julgamento. "O caso vai muito além de um crime hediondo. É um caso contra as crianças de rua, contra as camadas mais miseráveis da população brasileira. Se esse caso não for punido, nenhum outro será", declarou Cavallaro.

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