São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 1996
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Sindicatos rejeitam discurso de FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O reajuste do salário mínimo, a ser definido hoje, causou polêmica ontem na cerimônia em que o governo anunciou programas para a geração de emprego e treinamento de mão-de-obra.
O presidente Fernando Henrique Cardoso pediu, em discurso, que os dirigentes sindicais presentes à cerimônia tirassem a "viseira" para ver as mudanças. "Há obstáculos mentais, percepções atrasadas, que não vêem que o Brasil já está mudando", disse.
O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, afirmou que as mudanças na Previdência aprovadas na Câmara e a quebra da estabilidade do servidor público sugerida pelo governo trazem prejuízo ao trabalhador.
Dia do Trabalho
As comemorações do 1º de Maio -Dia Internacional do Trabalho- também foram motivos de polêmica. FHC afirmou que amanhã, mais do que fazer protestos, é preciso "olhar o futuro".
"Vamos fazer atos no Brasil inteiro pelo aumento do salário e pela reforma agrária", disse Vicentinho, após o discurso presidencial.
Para Vicentinho, mesmo um aumento de 20%, que não está em cogitação, seria pequeno. "Queremos que o salário dobre em um ano", afirmou. Segundo ele, o salário mínimo ideal seria de R$ 485.
Paulo Pereira da Silva, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força Sindical, disse que vai entrar na Justiça contra o governo se os aposentados receberem menos que 20%.
Vicentinho, que durante a cerimônia tomou posse no Conselho Nacional do Trabalho, divergiu dos principais pontos do discurso de FHC. Para ele, o programa de qualificação profissional é necessário, mas não gera empregos. "Para criar empregos, é preciso reforma agrária e redução da jornada de trabalho", disse.

LEIA MAIS sobre salário mínimo na pág. 2-4

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