São Paulo, quarta-feira, 1 de maio de 1996
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Indústrias e pecuaristas apóiam disciplinar vendas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A obrigatoriedade de os abatedouros entregarem desossadas as carnes bovina, bubalina e suína aos varejistas, embaladas em cortes e resfriada a 7 graus Celsius, é considerada positiva por pecuaristas e representantes da indústria.
A portaria nº 304 do Ministério da Agricultura, publicada no dia 23 deste mês, regulamentou a nova forma de comercialização.
A portaria deve entrar em vigor no próximo dia 21 de junho.
A embalagem dos cortes deve ter informações sobre o abatedouro, a classificação da carne (idade e origem do animal), além de dados técnicos sobre o tipo da carcaça (tipificação) e o carimbo da inspeção sanitária (SIF).
"A portaria moderniza a atividade e reintroduz uma inspeção adequada", diz Vasco Carvalho Oliveira Júnior, presidente do Sindicato da Indústria do Frio do Estado de São Paulo.
Segundo ele, a distribuição será facilitada, pois deixará de ser transportado de 25% a 30% do peso do boi abatido (ossos e sebo).
"Esses descartes não criarão mais problemas ao varejista."
Para Antônio José Ribas Paiva, vice-presidente do Sindipec (Sindicato Nacional dos Pecuaristas de Gado de Corte), o produtor vai passar a receber mais com a tipificação da carcaça.
A identificação, exigida hoje apenas para a carne exportada, vai ajudar o pecuarista que produzir um animal de melhor acabamento de carcaça. "O trabalho será reconhecido pelo consumidor.".
Já os varejistas devem concentrar a demanda nos frigoríficos que fornecem produto de melhor aceitação junto ao público.
A afirmação é de Manuel Henrique Farias Ramos, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo.
No caso dos suínos, a venda de cortes especiais também deverá ter um incremento com a portaria, diz Alfredo Felipe da Luz Sobrinho, presidente da Abipos (Associação Brasileira da Indústria de Produtos Derivados de Suínos).
"Não haverá dificuldade para o setor se adaptar à legislação. O índice de abate de suínos com SIF é de mais de 70% no país", diz Luz.

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