São Paulo, quarta-feira, 1 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Eleições e Internet

MARINA MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA,

Outro dia, um amigo envolvido em campanhas políticas pelo Brasil afora me perguntou se nas eleições americanas deste ano os eleitores poderão votar pelo micro.
Até que não seria má idéia, já que o voto aqui não é obrigatório e qualquer coisa que facilite o trabalho do eleitor é bem-vinda.
Mas, embora a Internet tenha um papel importante nessas eleições, o sistema de votação on line ainda não foi aprovado.
Dizem que há uma possibilidade de que esse novo método seja institucionalizado no Brasil, e os nossos candidatos sejam os primeiros a receber o voto eletrônico.
Faço votos que não. A fraude virtual é, a essa altura, mais difícil de ser controlada que a tradicional, com a qual já estamos familiarizados.
Quem seriam, por exemplo, os nossos ciberfiscais?
Veículo quente
Os políticos americanos e seus assessores já perceberam que, com a Internet, estamos assistindo ao nascimento de um novo meio.
Um veículo, aliás, mais quente que a televisão, com seus velhos debates, ou que os jornais, com fotos de candidatos beijando criancinhas.
A rede de computador, por ser interativa, permite que o público responda, tome parte e até atue ativamente no processo eleitoral.
Pela primeira vez, os eleitores podem receber instantaneamente informação sobre os candidatos: os feitos no passado, as plataformas deste ano.
Nem todos os políticos possuem página na Internet, mas a maior parte tem endereço para correspondência eletrônica.
A página da Casa Branca na rede traz o oficial: o tour obrigatório e informações sobre a família de Bill Clinton.
Seus últimos discursos, resultados das viagens mais recentes e, obviamente, pontos políticos que marcou estão na Sala do Presidente.
Hillary Clinton na rede
Hillary Clinton tem seu próprio site.
A biografia da primeira-dama é bem escrita, com acesso a fotos da família, mensagem de boas-vindas com áudio e textos de alguns de seus discursos.
O fenômeno da Internet, no entanto, é tão recente que os analistas dizem que os políticos ainda não sabem como aproveitar seu potencial.
As páginas on line da maioria dos candidatos republicanos à presidência, por exemplo, apresentam basicamente textos de discursos, posições em relação a algum fato importante e suas fotos. Como qualquer outra propaganda política na TV ou no jornal.
Se a rede não está sendo explorada em todo o seu extraordinário potencial interativo, pelo menos está dando oportunidade aos eleitores de discutir política com gente que vive no outro extremo do país.

Texto Anterior: Feira nos EUA traz novas impressoras
Próximo Texto: Internet dá acesso à rede da Microsoft
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.