São Paulo, quinta-feira, 2 de maio de 1996
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Ofensiva agrária; Proposta oficial; Pedra no caminho; Estratégia possível; Alívio providencial; Desdém tucano; Choro franciscano; Dormiu no ponto; Vara curta; Cartada arriscada; Tucano perdido; Saída estratégica; Jogo de cena; Invencibilidade à prova; Ajuda eleitoral

Ofensiva agrária
O governo planeja editar nos próximos dias uma medida provisória sobre o rito sumário para desapropriação de terras. O ministro Luiz Carlos Santos discutiu o tema com líderes anteontem. Conclusão: a MP passa.

Proposta oficial
A MP sobre o rito sumário para desapropriação de terras é parte do Plano Nacional de Reforma Agrária. Será criado também um conselho paritário com o governo, os proprietários rurais e os sem-terra (MST e Contag).

Pedra no caminho
A bancada ruralista já avisou o Planalto que se oporá ferreamente à MP do rito sumário para desapropriação de terras. O governo acha que a reedição da MP criará um fato consumado. E espera ajuda da oposição e do STF. Sarney também garantiu apoio.

Estratégia possível
O governo avalia como a melhor saída a opção por uma MP para o rito sumário de desapropriação de terras. Seria mais difícil de ser derrubada. Os projetos em andamento no Congresso estariam criando muita confusão.

Alívio providencial
No primeiro dia de trabalho, o ministro Luiz Carlos Santos recebeu mais de 40 telefonemas de parlamentares pedindo audiência. As secretárias de FHC, porém, viram desabar esse tipo de ligação para o presidente.

Desdém tucano
As críticas do Congresso não abalaram José Serra (Planejamento). Ele foi o maior defensor, dentro do governo, da taxação dos inativos e do aumento da contribuição dos autônomos. Acha que não havia outra saída.

Choro franciscano
O PFL não vai dar vida fácil a Luiz Carlos Santos (Assuntos Político). Líderes do partido dizem que o sucesso do ministro depende da caneta. Se ela tiver tinta, tudo bem. E a demanda por cargos é altíssima, lembram.

Dormiu no ponto
Caiu a emenda de Lindberg Farias (PC do B-RJ) para aumentar de 18% para 25% do Orçamento os gastos em educação. Motivo: o autor da proposta, que deveria defender seu destaque, não apareceu para sustentar a tese.

Vara curta
Há muitos tucanos indignados com o fato de uma secretária do PTB mineiro assumir a vaga de Arlindo Porto no Senado. Esquecem que o empresário Pedro Piva (PSDB) é senador por São Paulo sem ter recebido um voto.

Cartada arriscada
O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães, aceita apostas. Segundo ele, o STF não dará mais do que três votos a favor da suspensão da reforma da Previdência. O julgamento ocorre dia 8. No tribunal, há quem ache que o resultado será outro.

Tucano perdido
Márcio Fortes (PSDB-RJ) vai perguntar a Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos), na terça, qual a posição do governo sobre o plebiscito da reeleição. Se for de neutralidade, pedirá urgência para a votação do projeto.

Saída estratégica
O ministro Luiz Carlos Santos evitará se manifestar sobre o plebiscito da reeleição. Já marcou posição se mostrando contra discutir o assunto agora. Vai deixar o barco correr sem se meter diretamente. Quer se preservar.

Jogo de cena
Oficialmente o Planalto diz que não se manifestará sobre o plebiscito da reeleição, idéia cuja paternidade é disputada por PSDB e PFL. Afirma que é um assunto do Congresso. Nos bastidores, porém, o sinal é verde.

Invencibilidade à prova
A adesão ao plebiscito mais comemorada é a de Marco Maciel, eficiente articulador de votações no Congresso. Tem tido sucesso, até agora. A votação do projeto de Márcio Fortes será a prova dos nove do vice-presidente.

Ajuda eleitoral
O TRE paulista recebeu requerimento pedindo punição ao programa de rádio de Paulo Lopes. Segundo a reclamação, o programa usa expressões que seriam campanha para o "repórter Figueiredo Júnior".

TIROTEIO
De Jair Meneguelli (PT-SP), sobre a MP que reajustou o mínimo e as aposentadorias:
- O Serra enlouqueceu. Se não podia aumentar o salário mínimo, porque quebrava a Previdência Social, como é que eles deram aumento maior para os aposentados?

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