São Paulo, quinta-feira, 2 de maio de 1996
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Tucano diz que mínimo é imoral

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário-geral do partido do presidente da República disse ontem que o reajuste de 12% no salário mínimo é imoral. Mas ele ressalvou que foi o possível.
"O reajuste é imoral e injusto, mas foi o possível, infelizmente", afirmou em São Paulo o deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM).
A afirmação foi feita minutos após ele ter sido impedido, por manifestantes, de falar no ato do 1º de Maio da CUT, na av. Paulista.
Virgílio veio de Brasília para participar do ato. Às 12h45, ao ser anunciado, foi vaiado e xingado. "Não havia clima para eu falar. Estou frustrado." Ele qualificou a reação de fascista. "Sou democrata e não sou frouxo", afirmou.
Virgílio disse que queria participar do ato pois o PSDB tem "projetos em comum com a CUT". O deputado citou a defesa da reforma na legislação trabalhista, da reforma agrária e da prisão dos responsáveis pelos crimes no campo.
Ele disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso está cumprindo suas metas. "Quando ele assumiu, o mínimo era de R$ 64. Ele prometeu elevar para R$ 140 e já chegou nos R$ 112", disse.
O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse que aconselhou Virgílio a não participar do ato. "Os sem-terra e os funcionários públicos estão bravos com o governo e entenderam a presença de Virgílio como uma provocação", disse Vicentinho.
O ex-presidente do PT Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante discurso no ato da CUT, que Virgílio não deveria ter comparecido. "Se o reajuste do mínimo fosse bom mesmo, FHC deveria chamar o ato de 1º de Maio dele."
Greve geral
A CUT convocou greve geral contra o novo mínimo. Não foi marcada data. A Força Sindical, que realizou ato em sua sede, quer a greve, mas pelas reformas.
Paulo Pereira da Silva, diretor da Força, falou na participação de empresários. Vicentinho descartou "greve com patrão."

LEIA MAIS sobre salário mínimo e manifestações nas págs. 2-3 a 2-6

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