São Paulo, sexta-feira, 3 de maio de 1996 |
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PM diz estar preso só por ser negro 'Estou representando todos os pretos da PM' FRANCISCO SANTOS
Santos foi inocentado por dois participantes confessos da chacina, o soldado Marcos Vinícius Emmanuel, já condenado, e Nélson Cunha, que está preso. A seguir, trechos da entrevista: * Folha - Por que o senhor acha que os menores o reconheceram? Eles foram induzidos? Cláudio Luiz Andrade dos Santos - Eu acho que sim. Estou representando todos os pretos da Polícia Militar. Como eu fui colocado ali, qualquer um outro preto poderia ter sido apontado. Folha - Como foi a história do seu reconhecimento? Santos - Estava sendo procurado alguém que tinha o apelido de Pelé. A pessoa que estava na investigação, o coronel Brum (Valmir Alves Brum, que investigou o caso), foi à minha seção e perguntou ao capitão quantos pretos havia lá. Tinha três. O capitão, que se chamava Junqueira, o Fernando, que tinha o apelido de Batata, e eu, que não tinha apelido. Acabei sendo o escolhido. Na certeza de que não havia feito nada, me propus a ir. Folha - E depois? Santos - Cheguei lá e fui colocado no meio de duas pessoas muito mais claras. Acabei sendo apontado, e estou aí para provar minha inocência até hoje. Folha - O que o senhor pretende fazer, se for confirmado que é inocente? Santos - Voltar o mais breve possível ao convívio da minha esposa e meus três filhos. Folha - E continuar na PM? Santos - Isso eu não faço planos não, porque o amanhã só pertence a Deus. Texto Anterior: Polícia prende homem com 10 pedras de crack; Choque de carretas interdita via Anchieta; OAB pede investigação sobre sequestro em BH; Acordo pode fechar teleférico de Campos Próximo Texto: Juiz vai presidir julgamento do caso Daniella Perez Índice |
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