São Paulo, sexta-feira, 3 de maio de 1996
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SP tem o maior desemprego desde 84

DA SUCURSAL DO RIO

O desemprego na área metropolitana de São Paulo é o mais alto desde maio de 1984, quando o país vivia o final do regime militar.
A taxa de março chegou em 7,65%, informou ontem o IBGE. Em maio de 84 foi de 7,95%.
No Brasil, o desemprego chegou ao nível mais elevado desde maio de 1992, quando o país ainda enfrentava o desaquecimento da economia decorrente do Plano Collor.
A taxa nacional de desemprego aberto foi de 6,38% em março, segundo o IBGE. No mês anterior, o desemprego era de 5,70%.
Há quatro anos, o índice estava em 6,53%. Na comparação com o mesmo mês de anos anteriores, é o maior em mais de dez anos. Em março de 1985, era de 6,48%.
O termo desemprego aberto se refere às pessoas que procuraram emprego na semana anterior à da pesquisa. Exclui as que desistiram.
O setor industrial paulista foi o principal responsável pelo aumento da taxa de desemprego aberto, disse a coordenadora da equipe de análises conjunturais do IBGE, Shyrlene Ramos de Souza.
Para ela, a situação do emprego se agrava quando há coincidência no aumento da taxa de desemprego e na redução do pessoal ocupado. Isso aconteceu na indústria, que reduziu o número de vagas nas seis regiões pesquisadas de 3.293.100 em março de 1995 para 2.992.667 em março passado (9,12%).
Maior ocupação
Na construção civil, comércio e serviços, o número de pessoas ocupadas aumentou. Shyrlene disse que, além da indústria paulista, o resultado de Porto Alegre, outra região onde é forte a presença de emprego industrial, também influenciou negativamente no resultado da pesquisa.
A pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indica que a situação é mais grave do que no resto do país.
Isso ocorre porque, além do aumento da taxa de desemprego aberto em todos os setores (indústria, comércio, construção civil e serviços), também diminuiu a população ocupada na indústria (menos 8,64%) e na construção civil (menos 5,28%).
Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, os três primeiros meses do ano mostraram resultados piores de desemprego aberto, segundo a pesquisa.
O total das seis regiões pesquisadas foi de 5,77% (em comparação aos 4,36% em 1995).
Na indústria de transformação, a taxa passou de 4,93% para 7,30%; na construção civil, de 4,79% para 6,56%; no comércio, de 4,77% para 5,99%; e nos serviços, de 3,38% para 4,42%.

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