São Paulo, sexta-feira, 3 de maio de 1996 |
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Robuchon, o chef do século, se aposenta
JOSIMAR MELO
Anunciou também seu sucessor. Após um ano de conversações secretíssimas, assume o trono, no dia 12 de agosto, o mais fulgurantes chef da jovem geração, Alain Ducasse, 35, do restaurante Le Louis 15, em Monte Carlo. "Muitos cozinheiros morrem logo após os 50", dizia Robuchon. Não são poucas as pressões e riscos (financeiros inclusive) de um chef três estrelas na França. A tensão cansou Robuchon, que é afável como um pároco, mas na cozinha é detalhista e despótico como um general. Mas não é uma aposentadoria completa. Ele deve dedicar-se a programas de TV, livros, uma escola de culinária e a supervisão do restaurante que mantém em Tóquio em sociedade com o Taillevent. O sucessor ungido, Alain Ducasse, ganhou fama ao atender o desafio do príncipe de Mônaco: transformou, em menos de três anos, o Louis 15 no primeiro restaurante de hotel a ter três estrelas no guia Michelin. E tornou-se, aos 29 anos, o mais jovem chef a receber a honraria. Agora ele manterá, de longe, a supervisão da casa. Assumindo o posto de Robuchon, Ducasse deve imprimir uma mudança de estilo. "Farei um cardápio de síntese da cozinha francesa, com ingredientes de todos as regiões", diz ele. Há grandes diferenças entre eles. Robuchon é a perfeição, o detalhismo que beira a frieza técnica, a meticulosidade a serviço da arte. Ducasse vem de uma herança provençal, de comidas menos rebuscadas, e sua magia está em transformar em grande arte a simplicidade desta cozinha. O que ele faz com talento à altura do mestre que se retira. Texto Anterior: Uva Merlot conquista vinicultores Índice |
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