São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996
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Supermercado informatiza 60% da rede

FÁTIMA FERNANDES
DA ENVIADA ESPECIAL A CHICAGO (EUA)

Os supermercadistas brasileiros vão investir US$ 2,5 bilhões até o ano 2000 para informatizar 60% das suas 43 mil lojas. Hoje, apenas 3% delas estão automatizadas.
O anúncio foi feito ontem por Paulo Afonso Feijó, presidente da Abras (Associação Brasileira dos Supermercados), na abertura da FMI-96 (Convenção e Feira Anual do Food Marketing Institute), maior mostra mundial do setor, que acontece em Chicago (EUA).
A Abras levou aos EUA uma delegação de 444 pessoas -a maior desde que começou a participar do evento, em 1974.
A estratégia dos brasileiros é ver o que há de mais novo em equipamentos, produtos e serviços, e tentar trazer parte dessa tecnologia para o Brasil.
A modernização das lojas, por exemplo, diz Feijó, vai permitir que os supermercadistas e seus principais fornecedores trabalhem todo o tempo "on-line" e, assim, possam cortar custos.
A Abras, conta, está tentando formar um comitê com a participação de 20 supermercados e 20 fornecedores para viabilizar a operação. Na prática, significa que a indústria vai administrar o seu produto na gôndola do cliente. "O ECR (Efficient Consumer Response ou Resposta Eficiente ao Consumidor) -como é chamado o programa- busca a eficiência do sistema operacional", afirma Feijó.
Nos EUA, conta ele, o ECR surgiu em 1993 a partir de uma experiência da cadeia Wal-Mart. "Os norte-americanos conseguiram reduzir em 35% o custo da operação, ou uma economia de US$ 30 bilhões."
Segundo ele, o custo operacional de um supermercado no Brasil gira em torno de 16% a 17% do faturamento e pode cair para 10% com o ECR em menos de dois anos.
Ele lembra que a indústria e os supermercados só poderão trabalhar interligados com a informatização das lojas e numa economia sem inflação.
Importados
Os supermercadistas brasileiros querem aumentar a participação dos importados -hoje de apenas 3%- no faturamento. Mas não há grandes perspectivas para isso neste ano.
"A proteção à indústria brasileira é muito grande. Por isso, a importação é onerosa", diz Feijó.
"Apenas 20% dos fornecedores representam mais de 50% do faturamento do setor, que foi de US$ 43,7 bilhões em 95. Isso mostra quanto alguns setores são concentrados. Precisamos ter acesso à importação."
(FF)
A repórter Fátima Fernandes viaja a convite da Abras.

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