São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996
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Agribusiness na rota do futuro

EDMUNDO KLOTZ

O agribusiness nacional veio ao longo dos últimos anos buscando modernizar a estrutura de comercialização de matérias-primas agrícolas e agroindustriais no Brasil, com a fixação de preços para a venda e compra a futuro.
O mercado ansiava pela criação de uma entidade condizente com a ampliação dos negócios e com maior confiabilidade e representatividade de todos os segmentos do complexo agroindustrial.
Era também necessário buscar instrumentos para gerar recursos de financiamento para a agricultura mediante negociação prévia, permitindo a toda a cadeia se capitalizar de maneira não-convencional, e a custos mais reduzidos, superando as dificuldades impostas pelos altos juros bancários.
O crédito para a agricultura veio se constituindo num drama de solução insolúvel. Urgia acabar com a dependência do financiamento oficial, sem prejudicar o incremento da produtividade.
O desenvolvimento do setor estava exigindo das bolsas de físico, unidade operacional, maior agilidade, estrutura mais eficiente e títulos negociais mais modernos para corresponder às exigências crescentes da globalização da economia e do comércio mundial.
A cadeia do agribusiness nacional trabalhou em torno da concretização dessa meta, como forma de ampliar as perspectivas futuras.
Todas as demandas do agribusiness foram correspondidas com a criação da CNR (Companhia Nacional de Registros). Esta nova câmara de compensação (clearing house) pode movimentar até 30% do PIB nacional e terá liquidez operacional, alcançada por meio da concentração de ofertas em mercados organizados, realizando negociações por meio de Bolsas.
A nova câmara terá um impacto altamente positivo em toda a cadeia alimentar e na economia brasileira como um todo. Com as primeiras operações em andamento encerra-se, de forma auspiciosa, o longo processo de maturação do mercado, que começou a se organizar de forma mais sistemática a partir de 1993.
A CNR manterá convênios com bolsas de físico nacionais e internacionais e com todas as demais entidades integrantes deste mercado, abrindo as portas do futuro para o agribusiness brasileiro.
Com as primeiras operações em andamento, a nova câmara de compensação evidencia seu caráter evolutivo e grande potencial de desenvolvimento. O ritmo da atividade produtiva na cadeia do agribusiness tende a ser fomentado, gerando uma expansão até aqui inusitada, devendo superar a parcela de participação do agribusiness nas exportações brasileiras, fixadas em 29,1% em 1995.
O mercado mundial de alimentos depende de soluções modernas para crescer. A "clearing house" é uma delas. Ultrapassa limitações impostas ao agribusiness, como a falta de financiamento, e permite a expansão da produção de alimentos, que, aos poucos, vem se tornando uma prioridade para todas as nações do mundo, diante da necessidade premente de alimentar 6 bilhões de pessoas.

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