São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996
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Determinação

CIDA SANTOS

A semana é da Liga Mundial: 11 seleções iniciam a disputa do título a partir desta sexta-feira. Mas, em ano de Olimpíada, a Liga, que distribui US$ 5,5 milhões em prêmios, virou treino. Os norte-americanos foram além: tiraram o time de campo nesse torneio e não vão mostrar o jogo antes de Atlanta.
Os Estados Unidos vão disputar a Olimpíada em casa e estão se preparando para chegar ao ouro. Nos Jogos de Barcelona, eles foram eliminados nas semifinais pelo Brasil. Ficaram com a medalha de bronze e o registro em um diário, escrito pelo atacante Steve Timmons, relatando o que foram aqueles dias para uma seleção vencedora de duas Olimpíadas nos anos 80.
Timmons, que viveu os anos dourados norte-americanos junto com uma geração que tinha como estrela Karch Kiraly, sofreu um bocado em Barcelona. No seu diário, ele fala de desapontamento, de angústia e da difícil sensação de experimentar pela primeira vez o sabor da derrota em uma semifinal olímpica.
Um dia depois de perder para o Brasil, Timmons escreveu sobre a dificuldade de disputar o terceiro lugar. "Na nossa filosofia, o que importante é ser o primeiro. O resto não interessa. Se você não vence, você é um perdedor."
Timmons deixou a seleção em 92 com uma medalha de bronze em Barcelona. Agora em Atlanta, os EUA apostam suas fichas em dois jogadores de sua geração: Scott Fortune e Bob Ctvrtlik, os mais velhos do time e responsáveis pelo passe. A principal dificuldade é encontrar um atacante de força.
A história mostra que foi em uma Olimpíada, dentro dos EUA, que os norte-americanos ganharam a primeira medalha de ouro no vôlei, em 84.
Mesmo sem uma geração tão brilhante quanto à anterior, eles têm tecnologia, disciplina tática e a determinação pela vitória que poucas equipes no mundo têm igual.

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