São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996 |
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Quatro diretores são homenageados Festival começa na quinta-feira AMIR LABAKI
O diretor francês René Clément (1913-1995) marcou a história do festival ao vencer, na primeira edição (1946), o Prêmio do Júri Internacional, o segundo em importância, com "A Batalha dos Trilhos". Clément confirmou-se como uma das revelações do pós-guerra, ganhando dois Oscar de filme estrangeiro. Mesmo assim, foi metralhado pelo furacão da nouvelle vague como um "deturpador". Cannes-96 reintegra-o ao cânone do cinema francês, elegendo Clément e personagens de seus filmes para o grande afresco que se ergue sobre a escadaria do Palácio do Festival. Como celebrar a memória de uma escritora tornada cineasta como Marguerite Duras (1914-1996)? Nada melhor do que destacar suas palavras sobre cinema, responde Cannes. Duras assina a epígrafe do programa oficial: "Nesse ponto da criação, o lugar do cineasta é oposto àquele do escritor frente a seu livro. Pode-se dizer que no cinema escrevemos ao contrário? Podemos afirmar algo assim, me parece". Premiado com a Palma de Ouro em plena estréia como diretor, co-assinando com Jacques Cousteau "O Mundo do Silêncio" (1955), Louis Malle (1932-1995) foi subestimado durante muito tempo. Cannes-96 o homenageia com a principal retrospectiva fotográfica do ano. Por fim, Krzyzstof Kieslowski (1941-1996) é outra perda pranteada pelo festival. Habitué de Cannes com seus últimos filmes, Kieslowski jamais viu proporcionalmente retribuída a atenção. A regra se repete na homenagem póstuma: Kieslowski tem sua obra celebrada pelo convite a seu fiel roteirista, Krzysztof Piesiewicz ("Decálogo"), para participar do júri. Texto Anterior: Men at Work faz três shows a partir de hoje em São Paulo Próximo Texto: Teatro de Stoklos é tema de evento hoje Índice |
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